Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Descrição de chapéu Congresso Nacional

Base de Lula apoiou proposta que afrouxa controle de armas

Partidos com cargos no governo deram 150 votos a favor de urgência articulada por bolsonaristas

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Poucos assuntos foram tão explorados por Lula para se contrapor ao bolsonarismo como as armas de fogo. No primeiro dia de governo, o presidente assinou um decreto que apertou a fiscalização. Meses depois, editou outra norma e disse que as regras do antecessor ajudavam o narcotráfico. Flávio Dino vinculou o tema ao "extremismo político".

Nesta semana, a oposição ameaçou derrubar uma das medidas assinadas por Lula para limitar a compra de armas. A notícia boa para o governo é que faltaram aos bolsonaristas três votos para dar urgência à proposta. A notícia ruim é que só faltaram aos bolsonaristas três votos para dar urgência à proposta.

Sozinha, a oposição está longe de ter uma maioria capaz de causar dores de cabeça para Lula no Congresso. Na quarta-feira (6), porém, cerca de 150 deputados de partidos que ocupam cargos no governo apoiaram a tentativa frustrada de reverter a política de armas do petista. Esses votos representam quase 40% da base aliada do presidente na Câmara.

Recém-presenteados com ministérios e acesso privilegiado aos cofres do governo, PP e Republicanos deram mais de 70% de seus votos a favor do pedido de urgência proposto pelos bolsonaristas. No PSD, que integra a base de Lula desde a posse, 65% dos deputados votaram com a oposição. União Brasil (56%) e MDB (37%) também entraram no jogo.

A adesão parcial dessas legendas à investida da oposição é um sintoma definitivo do descontrole na base aliada com que Lula encerra o primeiro ano deste governo. O petista conseguiu alugar uma coalizão, mas paga o custo adicional do escape ideológico e de alguma chantagem exercida por congressistas na votação de temas sensíveis.

O caso das armas seria uma pancada especialmente dolorosa por se tratar de um dos assuntos que mais unem o eleitor bolsonarista e que Lula buscou neutralizar já na largada do mandato. Além disso, mais do que um espantalho ultraconservador, esta seria uma votação com impacto imediato sobre a vida no país.

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