Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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ONU estabelece as principais metas para as áreas urbanas até 2023

Cidades bem planejadas e governadas podem ser catalisadoras dos processos de inclusão social

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Neste ano, a assembleia das Nações Unidas aprovou seu plano estratégico para o período de 2020 a 2023. O plano reafirma o compromisso com a agenda global e, especialmente, com os objetivos de desenvolvimento sustentável.

A implantação do plano estratégico está calcada em cinco programas principais: comunidades vibrantes e inclusivas; cidades inteligentes focadas nas pessoas; resiliência climática para os mais pobres; cidades e comunidades inclusivas para migrantes; e melhorias na implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

Em 75% das cidades do mundo, os níveis de desigualdade são maiores hoje do que eram 20 anos atrás. Além de um bilhão de pessoas vivendo em assentamentos informais, mais 600 milhões não têm moradia adequada e 80% de todos os habitantes urbanos não acessam convenientemente os espaços públicos. O programa propõe a transformação social, econômica e ambiental das áreas das cidades menos favorecidas e deterioradas, em regiões dinâmicas, conectadas e vibrantes. Esse objetivo deve ser alcançado por meio da melhoria da qualidade de vida e da redução das desigualdades espaciais, procurando incluir toda a população em espaços urbanos de qualidade.

Os administradores das cidades têm acesso mais rápido às informações, como resultado da operação dos sistemas inteligentes, permitindo que sejam tomadas as melhores decisões estratégicas. As plataformas digitais estão facilitando o diálogo entre os cidadãos e os tomadores de decisões. As imagens de satélite e os drones estão revolucionando os processos de planejamento urbano, e o compartilhamento da economia cria novas oportunidades de negócios e empregos.

Contudo, relatório do Banco Mundial, publicado em 2016, apontou que os resultados positivos da digitalização não estão distribuídos equanimemente. Apenas 15% da população mundial pode pagar por banda larga de internet, e quase dois bilhões de pessoas não possuem celulares. Acesso a serviços públicos e ao mercado de trabalho tornam-se cada vez mais dependentes do acesso digital à tecnologia.

A necessidade de diminuir a distância digital entre as pessoas para reduzir desigualdades urbanas torna-se crítica, e o uso extensivo e inclusivo da tecnologia pode ser a resposta para o equacionamento desse problema. Programas que garantam transformações urbanas digitais positivas beneficiarão a todos, gerando inclusão, prosperidade e a concretização dos diretos dos cidadãos.

Cada vez mais, observam-se nas cidades fenômenos climáticos de moderada a intensa severidade, como inundações, escorregamentos de encostas, ondas de calor, tsunamis etc. Infelizmente, os mais intensamente atingidos por essas ocorrências são as pessoas mais pobres. O programa da ONU  propõe coordenar e mobilizar, em larga escala, investimentos para a adaptação urbana à resiliência em locais vulneráveis no mundo, por intermédio de uma nova forma de operação entre a coalizão internacioanal, os atores locais, as empresas de planejamento e infraestrutura, as entidades não governamentais, os cientistas e especialistas na área climática.

As metas estabelecidas pelo programa da ONU objetivam auxiliar as cidades a utilizar seu potencial para caminhar na direção da implantação dos objetivos de desenvolvimento sustentável, dentro dos princípios estabelecidos pela nova agenda urbana. As cidades bem planejadas, bem construídas e bem governadas podem ser catalisadoras dos processos de inclusão social e geradoras de crescimento econômico equitativo.

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