Os dispositivos de inteligência artificial podem substituir tarefas repetitivas do universo materno no trato diário com os filhos. Criar seres humanos é, para além de amor, acolhimento e satisfação, uma função braçal quase tão cansativa como outra qualquer. Há ainda a carga mental.
Ter de repetir inúmeras vezes que está na hora de escovar os dentes, calçar o sapato, colocar o uniforme e tomar café é uma das coisas que a Alexa, dispositivo da Amazon, pode fazer. Para demonstrar a forma de utilização destes equipamentos, a empresa trouxe para São Paulo a Casa Alexa, experiência já desenvolvida nos Estados Unidos, representando o lar de uma família, com equipamentos inteligentes.
No local, que fica na zona sul da capital paulista e está aberta à visita de jornalistas e influencers até esta quinta-feira (15), há mais de cem dispositivos conectados, incluindo lâmpadas, plugues de tomada, interruptores, câmeras, eletrodomésticos, TVs, fechaduras, cortinas e pergolado, ao longo de quatro dormitórios, salas de estar e jantar, home theater, escritório, jardim, cozinha e área de piscina.
Guardadas as devidas proporções —pois a casa foge do padrão do brasileiro médio—, a inteligência artificial pode ser uma aliada no dia a dia de crianças, idosos e pessoas com alguma deficiência física ou mental, ou até mesmo limitações intelectuais de neuroatípicos.
"A gente montou a casa de acordo com funções e dispositivos que estão realmente disponível no mercado, e o outro lado é o de acessibilidade. A gente buscou apresentar algumas funções —eu falo algumas porque, realmente, são muitas. Essa não é uma casa média do brasileiro, mas escolhemos a casa por possibilidades, pois o tamanho dela nos permite ter diferentes ambientes", afirma Vinicius Gonçalves, gerente de comunicação de Alexa e dispositivos Amazon, e líder do projeto Casa Alexa.
Fechadura aberta por um simples comando de voz, cafeteira que liga ao ouvir a ordem para seu funcionamento ou simplesmente porque está programada no modo "café da manhã", além de luzes, TVs e outros dispositivos que são acionados por meio da assistente virtual fazem parte do local.
Além do conforto, como persianas que abrem e fecham apenas por voz, e sala que pode se transformar em um cinema ao ouvir a ordem para isso, há espaços pensados para crianças e adolescentes. No banheiro, uma Alexa ensina a criança a escovar os dentes. Dá todos os comandos e orienta o momento de escovar os dentes de baixo, os de cima e como devem ser os movimentos, além da duração da escovação.
No quarto de adolescente, um "robô" que parece de brinquedo (na realidade, é uma base que serve de suporte para a Alexa), pode tocar música, auxiliar em pesquisas escolares e, conectada à TV com internet, busca vídeos que ajudam na hora de fazer a lição de casa.
No quarto da criança, um dispositivo inteligente com tela conta histórias infantis. Ele pode trazer contos clássicos ou modernos, dependendo da escolha do usuário, e entreter, divertir ou auxiliar em tarefas educativas conforme a idade. Para quem prefere não usar telas, o dispositivo simples —e mais em conta— oferece os mesmos serviços.
Tornar uma casa inteligente é caro, mas está mais acessível do que há 20 anos. Com valores a partir de R$ 400, é possível ter um dispositivo de inteligência artificial e uma lâmpada ligada a ele que acende e apaga com comandos de voz, ou muda de cor sem precisar de nenhum clique.
Para transformar eletrodomésticos comuns em inteligentes, o uso de uma espécie de tomada inteligente, a partir de valores entre R$ 80 e R$ 100, resolve. Não é preciso pagar cerca de R$ 450 em um comedouro de animais, por exemplo, que conectado à Alexa oferece a ração do cachorro ou do gato no horário e quantidade corretos.
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