Cristina Serra

Paraense, jornalista e escritora. É autora de "Tragédia em Mariana - A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil". Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense.

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Cristina Serra

Os extremistas do mercado

Debate sobre juros não pode ser interditado

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Faz um mês que terroristas contrariados com o resultado da eleição tentaram um golpe de Estado. Não são os únicos a criar dificuldades para o novo governo. Os fundamentalistas do mercado também não se conformam com a vitória de Lula e promovem alarido em tom de ameaça e intimidação cada vez que o presidente questiona dogmas do extremismo liberal.

Quem está feliz com a taxa de juros a não ser aqueles que têm dinheiro sobrando para investir no tal mercado? Mas Lula mal abre a boca e já é chamado de populista e gastador. O debate sobre juros não pode ser interditado. Qual a dose certa do remédio? Quando ele vira veneno?

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Adriano Machado/Reuters

Juros na estratosfera conjugados com metas de inflação de 3,25% (2023) e 3% (2024) asfixiam o país. E, de asfixia, burocratas bolsonaristas entendem bastante. Taxa de 13,75% ao ano premia capital improdutivo, inviabiliza investimento, desenvolvimento e políticas sociais para a ampla maioria da população. Tudo o que Lula prometeu, quer e deve fazer. Para isso é que foi eleito.

Aí ele se depara com Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central "independente". Independente de quem? "Bob Neto" estava em grupo de WhatsApp de "ministros de Bolsonaro". É amigo do banqueiro André Esteves a ponto de aconselhar-se com o bilionário sobre...taxa de juros. Lembra do áudio vazado em 2021?

O mesmo André Esteves disse ter sido consultado por ministros do STF por ocasião do julgamento que confirmou a lei de autonomia do BC, em agosto de 2021. "Precisa chegar um de nós lá e explicar [colocar] o guizo no gato, não ter medo de falar, conversar, interagir [com os ministros]", gabou-se.

E vem o BC "independente" falar de "incerteza fiscal"? O mercado e o BC de "Bob Neto" não deram um pio sobre a farra fiscal de Bolsonaro. Incerteza, senhores, é tentativa de golpe. Incerteza é desemprego a 8% e a uberização do trabalho. É dormir na rua, é prato e barriga vazios. O resto é hipocrisia e bandidagem da grossa.

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