Dan Ariely

Professor de economia comportamental e psicologia na Universidade Duke (EUA), autor de “Previsivelmente Irracional”.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Dan Ariely

Ask Ariely: Em domínios desonestos, recompensas calorosas e celebrações doces

Maioria das pessoas tem padrões diferentes de comportamento moral em diferentes áreas da vida

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Querido Dan,
Recentemente, descobri que uma amiga minha está tendo um caso extraconjugal nos últimos quatro anos. Ela parecia uma pessoa de alta integridade para mim, mas agora estou preocupada que, se ela pode ser tão desonesta com o marido, talvez ela também seja desonesta comigo. Fico me perguntando se o fato de ela mentir para o marido a torna uma mentirosa em todos os outros aspectos?
—James

A boa notícia para você é que a desonestidade em uma área da vida —como trabalho ou relacionamento—não necessariamente prevê desonestidade em outras áreas. Meus colegas e eu publicamos uma pesquisa sobre isso em 2018, na qual pedimos aos participantes sobre sua propensão a serem desonestos em oito domínios diferentes. Descobrimos que a maioria das pessoas tinha padrões diferentes de comportamento moral em diferentes áreas da vida. Fraudar relatórios financeiros no escritório, por exemplo, não previu a trapaça em um jogo de pôquer com amigos.

Mas ser desonesto em uma área específica da vida previu outro comportamento imoral nessa mesma área. Com isso em mente, eu seria cuidadoso em entrar em um relacionamento amoroso com a sua amiga.



Querido Dan,
Eu li que a Agência de Proteção Ambiental da Dinamarca está oferecendo aos cidadãos dinamarqueses uma recompensa de US$ 300 como incentivo para troca de aquecedores à lenha para novos com uma tecnologia mais avançada. O intuito é reduzir a poluição e melhorar a qualidade do ar. Mas acho que as pessoas deveriam estar dispostas a tomar essas medidas sem serem pagas por isso, em prol do bem comum e da longevidade do planeta. Você acredita que as pessoas precisam de um incentivo financeiro para ajudar o meio ambiente?

Esben

Neste caso em particular, acho que um apelo ao bem comum seria mais eficaz do que o pagamento. Ao oferecer aos cidadãos dinheiro para substituir seus aquecedores, a Dinamarca os incentiva a pensar em sua decisão em termos financeiros. Isso significa que eles farão perguntas sobre o custo e a eficiência de um aquecedor novo e se perguntarão se vale a pena o investimento. Com apenas US$ 300 na balança, uma análise de custo-benefício provavelmente levará as pessoas a não substituir o equipamento.

Por outro lado, se o apelo fosse feito por razões morais, as pessoas teriam que pensar sobre o que importa para a sociedade e quais são seus deveres como cidadãos. Nesse caso, as chances de fazer a alteração podem ser maiores. Obviamente, se o governo estivesse oferecendo uma quantia mais substancial, digamos US$1.000, isso mudaria os cálculos das pessoas, mas um pagamento simbólico de US$ 300 provavelmente será menos eficaz do que não oferecer dinheiro algum.


Querido Dan,
Vou me mudar para um novo estado depois de morar na mesma cidade por mais de 50 anos. Como devo lidar com essa transição?
—Warren

Essa mudança será uma grande transformação em sua vida e a melhor coisa para você é reconhecer isso e celebrar. Para fazer isso, por que você não faz uma festa para seus amigos e familiares para comemorar o tempo que passaram juntos? Você pode pedir a cada um que escreva um conselho sobre como criar uma nova vida em sua nova cidade. Dessa forma, as cartas o lembrarão de seus velhos amigos e, se o conselho deles for bom, também o ajudarão a entrar em sua nova fase. Que as aventuras comecem!

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.