Aos 80 anos de idade, estou oficialmente, e estatisticamente, de volta à força de trabalho no Instituto Cato, em Washington DC. É verdade que, desde que me aposentei do ensino, em 2015, não parei de trabalhar. Eu leio e escrevo —seis livros desde a aposentadoria.

Mas a definição oficial de "trabalhar" é ser pago regularmente. Os royalties de livros ou taxas de palestras que dou não contam. Acabei de descobrir isso ao tentar obter uma hipoteca para a mudança. As empresas hipotecárias realmente não gostam de idosos de 80 anos aposentados há muito tempo. Mesmo com livros e palestras.

Mas agora sou uma funcionária regular. Consegui a hipoteca. Assim como no Brasil, a moradia no litoral dos Estados Unidos é mais cara do que no interior —então estou pagando em Washington um terço a mais para ter metade do espaço que tenho em Chicago. Encolhimento. Enviei meus 6.000 livros sobre a China para uma sala especial na biblioteca de uma universidade de lá. Talvez a sala atraia alguns alunos à liberdade.

O Cato é um núcleo de pensadores, então sou paga para pensar, falar e escrever. Washington está cheia desses grupos, cerca de 80 ao todo. Eles são organizados no espectro principalmente da esquerda para a direita, desde o Instituto de Políticas Progressistas, de esquerda, passando pelo Instituto Brookings, do Partido Democrata normal, e pelo Instituto Americano do Empreendimento, do Partido Republicano normal, até a agora lunática de direita Fundação Heritage, que foi tomada pelos apoiadores de Donald Trump.

Nós da Cato, porém, flutuamos acima do espectro. Defendemos o grande Movimento da Liberdade, que existe desde 1776 e sempre, como agora, sob violento ataque.

Muitas pessoas não gostam de liberdade e querem mandar em outras pessoas, violentamente. O Cato ama a liberdade, seja econômica ou pessoal. Pense numa liberdade econômica à Jair Bolsonaro, exceto a queima da Amazônia para seus amigos da agricultura, combinada com uma liberdade social à Luiz Inácio Lula da Silva, exceto a organização de propinas para seus amigos na política. Apenas alguns grupos de pensadores brasileiros são como o Cato nisso, e esses eu amo.

Modificar mentes é uma revolução interna. A revolução externa, com leis e armas e leis e tumultos e outras violências, sem persuasão real, quase sempre leva à tirania, rápida ou lentamente.

Os jovens precisam aprender isso. As numerosas filiais do Estudantes pela Liberdade no Brasil estão ouvindo o Movimento Liberdade. Sem violência. Apenas persuasão.

Como o Cato pela liberdade.