Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Revezamento da tocha olímpica reforça otimismo para Tóquio-2020

Tradicional cerimônia terá início em 25 de março, em Fukushima

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Os organizadores da Olimpíada de Tóquio, adiada para meados do ano que vem por causa da pandemia da Covid-19, acabam de anunciar o esboço do revezamento da tocha olímpica, que partirá em 25 de março do Centro Nacional de Treinamento de Futebol, em Fukushima, na região arrasada pelo terremoto e tsunami de 2011.

A princípio, nada estupendo, apenas a impressão de um procedimento padrão, afinal o revezamento faz parte da tradição do evento, um protocolo convencional adotado desde a Olimpíada de Berlim-1936.

Acontece que os Jogos estão adiados, não confirmados em definitivo, pois dependem de uma evolução do controle da pandemia. A expectativa maior é do surgimento de uma vacina eficaz contra o vírus, que acabaria com todos os riscos e temores. Independentemente disso, o anúncio do revezamento da tocha no Japão, que leva o lema “esperança ilumina nosso caminho”, tem uma relevância.

É um sinal de que os organizadores estão otimistas e confiantes na provável realização dos Jogos. A atitude dos japoneses não apenas impulsiona a esperada confirmação do programa do evento. Ela descarta o que seria um possível cancelamento do revezamento e antecipa em praticamente quatro meses a solenidade de abertura da competição, prevista para 23 de julho, no estádio olímpico de Tóquio.

Acreditava-se que o revezamento poderia sofrer cortes, reduzindo etapas por precaução relativa aos perigos da pandemia, mas o fogo olímpico passará pelas 47 prefeituras que estavam no programa original.

A tocha, acesa com o fogo olímpico em março na Grécia, está exposta ao público em Tóquio. Os Jogos Paraolímpicos, previstos para logo depois da Olimpíada, também confirmaram o revezamento da tocha, que vai acontecer de 12 a 24 de agosto.

Os organizadores da Olimpíada e o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, manifestaram na semana passada otimismo sobre a situação. Ambas as partes arcam com gastos extras provocados pelo adiamento da competição e estudam medidas para conter despesas e garantir mais segurança à saúde dos participantes.

Uma das metas é a redução do número de funcionários dos Jogos e do período de abertura dos locais de treinamento que antecede as competições em vários dias. As operações do centro de imprensa principal também podem ser proteladas por oito dias. Não se falou ainda na diminuição do total de atletas.

Com o registro de 33 milhões de contaminados desde que o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado em Wuhan, na China, em 31 de dezembro do ano passado, os países viraram de cabeça para baixo. Em 11 de março, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a expansão das infecções como pandemia.

O Japão, que estava realizando os preparativos finais para receber os participantes da Olimpíada de Tóquio, prevista para julho, não teve outra saída e adiou o evento por um ano, em sintonia com o COI (Comitê Olímpico Internacional) e com a OMS.

O mundo dos esportes continua padecendo, pressionado pela ameaça da pandemia do novo coronavírus. A situação melhorou um pouco nos últimos meses, mas as competições ainda são realizadas sem a presença de público, o grande desafio a ser superado.

Locais para treinamento nas várias modalidades, aos poucos, estão sendo reabertos. Sem atividades por aqui, com praças esportivas fechadas, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) decidiu bancar a viagem de aproximadamente duas centenas de atletas para atividades em Portugal.

A NBA, liga norte-americana de basquete, deu andamento ao seu campeonato concentrando as equipes numa bolha de segurança, planejada para proteção dos atletas, em Orlando. Os torneios de tênis são jogados sem público ou com poucos presentes, caso de Roland Garros.

O mesmo faz o futebol, que em país na Europa já testa a liberação de parte das arquibancadas aos torcedores. Apesar disso, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, declarou que "a saúde deve ser a prioridade número um" para o retorno do público aos estádios, o que exigirá protocolos definidos entre o setor e as autoridades sanitárias.

Sem espectadores, o futebol não é o mesmo na avaliação do dirigente, que declarou ainda ser necessário a busca do equilíbrio entre a saúde, o esporte e todas as considerações comerciais. A ideia parece justa.

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