Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Lançamentos e produção estável vão mudar cara do mercado automotivo em 2023

Marcas que fecharam 2022 em baixa tendem a recuperar espaço com novos produtos

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O mercado automotivo nacional terá um ano com mudanças de posição e retomada nas vendas de marcas que perderam espaço ao longo da crise sanitária. Os sinais devem ser percebidos já no fim do primeiro semestre.

Por enquanto, ainda há reflexos do desarranjo causado pela pandemia de Covid-19. O ritmo de produção instável é um desses sintomas.

Um estudo feito pela OLX mostrou que o terceiro trimestre foi o melhor período para as montadoras em 2022. A atividade nas linhas de montagem registrou alta de 34% na comparação com o intervalo de julho a setembro de 2021.

Volkswagen Polo Track vai substituir o Gol no mercado nacional - Divulgação

A partir daí os estoques começaram a aumentar, o que levou as marcas a retomar campanhas de venda com pronta entrega e descontos. As vendas seguiam um ritmo mais lento.

As iniciativas de varejo não surtiram o efeito esperado em um mercado travado por juros altos. Segundo a Fenabrave (associação dos distribuidores), a comercialização de carros de passeio e comerciais leves para pessoa física terminaram 2022 com queda de 11,8% em relação ao ano anterior.

Para 2023, há expectativa de taxas ainda elevadas, mas com bancos menos seletivos na concessão de crédito. Nesse ponto, tanto o mercado de veículos zero-quilômetro como o de seminovos são afetados.

O relatório da OLX aponta tendência de desaceleração nos preços médios dos veículos usados anunciados. Isso significa que a escalada dos valores arrefeceu nos últimos meses, mas as altas acumuladas têm um peso e tanto na decisão de compra.

"A pesquisa analisou a variação de valores dos três modelos mais vendidos no quarto trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021. Enquanto a inflação do período foi de aproximadamente 6,1%, o Volkswagen Gol teve aumento de 13,5% no preço, o Fiat Palio de 4,3% e o Chevrolet Onix de 7,7%", diz o estudo.

Com a capacidade de produção voltando ao ritmo normal ao longo de 2023, mais veículos zero-quilômetro estarão disponíveis. É provável que consumidores de maior renda que vem adiando a troca se interesse mais em fechar negócio.

É nesse ponto que algumas marcas tendem a recuperar o que foi perdido durante a pandemia.

A Honda, por exemplo, fechou o ano passado com 56,7 mil carros emplacados, uma queda de 30,4% nas vendas em relação a 2021. O resultado se deve ao processo de renovação de seus produtos, que foi atrasado pela crise sanitária.

Em 2023, o cenário deve ser bem diferente para a montadora japonesa. Será o primeiro ano completo de comercialização do novo HR-V, que foi lançado em agosto. Haverá ainda a 11ª geração do Civic e os SUVs importados ZR-V e CR-V.

A Volkswagen também deve apresentar resultados melhores neste ano, após ver as vendas caírem 10,4% em 2022.

A chegada do Polo Track e a renovação do sedã compacto Virtus –que ocorrem neste primeiro trimestre– devem apresentar volume de vendas suficiente para cobrir as aposentadorias dos antecessores Gol e Voyage. A picape Saveiro complementará a linha de compactos atualizados.

Espera-se ainda que marcas que estavam em baixa mantenham forte ritmo de crescimento devido ao lançamento de novos produtos. É o caso das francesas Citroën e Peugeot, que cresceram 47,2% e 45,3%, respectivamente, entre 2021 e 2022. Juntas, fecharam o ano passado com 65,2 mil unidades emplacadas.

São bandeiras que hoje fazem parte do grupo Stellantis, que também obteve bons resultados com Fiat e Jeep, de maior volume. Contudo a disputa pelo topo do mercado será acirrada.

A General Motors provavelmente terá um dos veículos de maior sucesso comercial desse ano: a nova picape Montana, que chega às lojas em fevereiro.

O modelo completa uma linha de produtos que vem se destacando em vendas –Onix e Tracker sempre figuram entre os 10 carros mais vendidos do Brasil.

Entretanto não há expectativa de um crescimento vultoso de emplacamentos em 2023, dado o histórico recente. Em seu relatório anual, a consultoria Jato Dynamics lembra que, nos últimos 18 anos, o Brasil passou 8 anos com alguma crise relevante afetando o mercado interno.

Dessa forma, as muitas novidades do setor automotivo disputarão o mesmo público. No fim do ano, o ranking de participação em vendas por marca será bem diferente do registrado em 2022.

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