Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Eduardo Sodré

Controle de estabilidade obrigatório movimenta indústria automotiva com produção local

Sistema que reduz risco de acidentes equipará todos os carros novos a partir de 2024

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Discussões sobre carros elétricos e automação têm dominado o cenário automotivo global nos últimos anos, mas há questões urgentes que seguem em andamento no Brasil. O aumento da segurança dos veículos é um desses temas.

Embora os movimentos atuais chamem menos a atenção do que a obrigatoriedade de airbags frontais e freios ABS (2014), a instalação compulsória do sistema ESC (sigla em inglês para controle eletrônico de estabilidade) tem maior efeito na prevenção de acidentes.

Chevrolet Onix passa por novo crash test promovido pelo Latin NCAP
Chevrolet Onix 2018 passa por crash test promovido pelo Latin NCAP - Divulgação

Esse item de segurança pode agir de forma autônoma e diminuir a velocidade do veículo mesmo que o motorista continue acelerando. É essa intervenção que evita colisões causadas, por exemplo, por manobras bruscas e pisos escorregadios.

Em nota, a sistemista alemã ZF menciona o estudo realizado pelo Instituto de Segurança Viária dos Estados Unidos. O trabalho feito entre 2004 e 2006 demonstrou que a presença do ESC nos veículos reduziu os acidentes fatais em 43%. O sistema é obrigatório por lá desde 2012.

A partir de 2024, todos os carros zero-quilômetro comercializados no Brasil deverão ser equipados com o controle eletrônico de estabilidade.

A adoção em massa teve início em 2020, mas houve mudanças no cronograma por causa da pandemia de Covid-19 e das dificuldades logísticas e de fornecimento de semicondutores.

A obrigatoriedade estabelecida pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) trouxe necessidade de produção local do ESC. As montadoras e seus fornecedores estão na fase final de adaptação para atender tanto ao mercado nacional como aos países vizinhos.

"Atualmente cerca de 80% dos veículos novos no Brasil já contam com o ESC por causa da regulamentação existente. A Argentina costuma seguir as normas brasileiras devido ao intercâmbio de modelos", diz Renato Orlando, diretor de operações de freios da ZF América do Sul.

Desde o fim de 2022, a empresa produz os controles de estabilidade em Limeira (interior de São Paulo). Antes os sistemas eram importados da Alemanha.

A fabricação local ainda é ameaçada pela crise dos semicondutores, cujo fornecimento segue irregular.

"Desde o começo, a ZF já sabia que não se tratava de algo de curto prazo, e mesmo que haja uma demanda reprimida, o cenário ainda é incerto", afirma Orlando.

"Sabemos que há uma corrida para que sejam erguidas novas fábricas de semicondutores. Mas até que essas unidades estejam em funcionamento, pode haver uma demora na normalização da capacidade produtiva desses itens."

Para além dos problemas atuais de fornecimento, há outros passos importantes para aumentar a segurança dos veículos à venda no Brasil.

Ao longo desta década, todos carros produzidos do país deverão trazer airbags laterais e sistemas autônomos de frenagem. Esses itens serão necessários para atender a normas mais rigorosas de segurança.

Embora haja a preocupação com os custos e consequente encarecimento dos carros, esses movimentos contribuem para a retomada da indústria nacional. O principal, contudo, é tornar o trânsito menos letal.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.