Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Eduardo Sodré

Volkswagen Polo Track quer herdar popularidade do Gol; veja o primeiro teste

Novo hatch com motor 1.0 foi avaliado em viagem de 390 quilômetros

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O teste do sucessor do Volkswagen Gol começou no banco do carona. A primeira percepção foi a falta do ajuste de altura do cinto de segurança, algo presente apenas no lado do motorista.

Esse detalhe é um exemplo do que foi necessário cortar para transformar o Polo, um hatchback compacto de padrão europeu, em um novo "carro do povo".

Volkswagen lança Polo Track, o substituto do Gol
Volkswagen lança Polo Track, hatch compacto com motor 1.0 que substitui o Gol - Divulgação

A nova versão se chama Track. Esse é o nome que aparece na traseira, sob a logomarca da empresa alemã. Custa R$ 79.990 e traz direção com assistência elétrica, ar-condicionado, som com entrada USB, computador de bordo e acionamento elétrico das travas e das janelas dianteiras.

As calotas são pintadas de preto –não há rodas de liga leve, nem central multimídia. Quem quiser espelhar a tela do smartphone no painel terá de migrar para a versão MPI (R$ 84.490).

Para comparação, as últimas unidades do Gol têm preço sugerido de R$ 79.660 quando equipadas com um pacote semelhante ao da versão mais simples do Polo. Mas o veterano vem com menos itens de segurança.

O Track recebe quatro airbags e controles de tração e de estabilidade. Seu antecessor só traz as bolsas frontais, além de possuir uma estrutura que obteve resultados ruins em testes de colisão.

Com menos itens, há menor demanda por semicondutores. Esse é um ponto a favor do novo modelo, que continua em produção na fábrica de Taubaté (interior de São Paulo), enquanto outras três plantas da Volkswagen vão entrar em férias coletivas por falta de componentes.

Em comum, Gol e Polo Track trazem o mesmo motor 1.0 flex, com três cilindros e 84 cv de potência. Suas qualidades já são conhecidas, bem como as limitações. A montadora não teve receio de se expor e promoveu um teste com longas subidas, em um percurso pouco favorável aos carros "mil".

A viagem começou em Guarulhos (Grande São Paulo) e foi até São Bento do Sapucaí, cidade serrana paulista, próxima a Campos do Jordão. O primeiro trecho incluiu as rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto, com velocidade máxima de 120 km/h e bom asfalto.

O banco com apoio de cabeça incorporado ao encosto ajuda a poupar mais alguns tostões, mas há ajuste de altura e acomodação elogiável. É o primeiro ponto em que o Polo Track se mostra muito superior ao Gol.

O segundo fator favorável à novidade é o espaço no banco traseiro. São 2,57 m de distância entre os eixos, 10 cm a mais que o "Golzinho".

A rodovia plana não exige muito do Track, mas os organizadores do teste passam constantes mensagens pelo rádio. "Veja como o carro se comporta nessas curvas", "repare no isolamento acústico."

Vale dizer que a última geração do Gol também é silenciosa, além de ir bem nos trechos sinuosos. Mas o Polo faz isso com mais solidez, como se pertencesse a um segmento superior.

Mas então chegam os trechos de subida, e os limites aparecem. O câmbio manual de cinco marchas exige trocas constantes para manter o embalo, algo esperado de um carro 1.0 sem turbo.

Surgem os buracos e mais subidas. O Polo Track chacoalha, pede primeira marcha em alguns momentos, mas segue em frente. A estrada fica mais estreita e, de repente, um caminhão Mercedes 1313 dos anos 1980 surge no sentido contrário.

É preciso parar em um aclive que tem mais terra do que asfalto. O pesado passa, mas o Polo se recusa a entrar em movimento em um primeiro momento. Quebrou? Não. É o controle de tração em atividade, tentando fazer com que os pneus não patinem.

A eletrônica entrou em ordem e a viagem continuou. O hatch chegou ao destino coberto de poeira e lama, mas pronto para voltar ao ponto de partida, em Guarulhos. Ao todo, foram percorridos 390 quilômetros. O computador de bordo registrou consumo médio de 16,1 km/l com gasolina.

Antes da despedida, uma última olhada no Track. As calotas plásticas que cobrem as rodas aro 15 são pintadas de preto, não há outra alternativa.

As opções de cores para a carroceria são limitadas: preto, branco, prata ou cinza. As duas últimas são metalizadas e acrescentam R$ 1.650 ao preço.

Até existe um Track vermelho, mas apenas em edição limitada. É a versão First Edition (R$ 88.990), que traz o mesmo tom visto na carroceria do Gol Last Edition. A brincadeira marca a passagem de bastão e impõe um desafio e tanto para o novo modelo: atingir o índice de popularidade de seu antecessor.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.