Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Descrição de chapéu carro elétrico China

Carros elétricos chineses forçam concorrentes a reduzir preços

SUV elétrico e-2008, lançado por R$ 269.990 em novembro de 2022, passou a custar R$ 199.990 para quem entregar um carro usado na troca

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A Peugeot anunciou nesta semana a segunda redução de preço do SUV elétrico e-2008. Lançado por R$ 269.990 em novembro de 2022, passou a custar R$ 219.990 em julho. Agora, o valor cai para R$ 199.990, mas há uma condição: o consumidor deve entregar um carro usado na troca. Sem isso, o valor fica em R$ 209.990.

A Mini, que faz parte do grupo BMW, também faz promoção do Cooper SE. Lançado há um ano por a partir de R$ 253.990, é encontrado hoje por R$ 199.990. No próximo ano, uma nova geração será lançada.

O principal fator que levou às reduções significativas de valores é a chegada de dois compactos elétricos chineses: BYD Dolphin e GWM Ora 3.

Peugeot lança SUV elétrico e-2008 no Brasil
Peugeot e-2008 é oferecido na versão GT; preço parte de R$ 199.990 - Divulgação

Ambos custam R$ 148,9 mil e oferecem mais espaço e autonomia que Renault Kwid E-Tech (R$ 139.990), JAC eJS1 (R$ 135,9 mil) e Caoa Chery iCar (R$ 119.990). Até esses três subcompactos –que também são produzidos na China– receberam descontos recentes.

O interesse pelo segmento foi avaliado em pesquisa promovida pelo portal OLX. O estudo mostra que cerca de quatro em cada dez entrevistados consideram comprar um carro híbrido ou elétrico.

"Entre eles, a classe A se destaca, com 58% considerando veículos deste tipo", diz o comunicado divulgado pela empresa. O levantamento ouviu 5.529 pessoas que acessaram o portal. Entre os entrevistados, 43% pensam em adquirir um automóvel nos próximos seis meses.

O interesse pelas novas tecnologias ajuda a mudar a imagem dos carros chineses no mercado, e esse é um fenômeno global.

Além das propostas de tributação que surgem no Brasil, a União Europeia também discute medidas protecionistas para o que considera ser concorrência predatória. Os subsídios concedidos para produção no país asiático deverão ser investigados.

Mas a questão não envolve apenas preços mais baixos.

Se os antigos produtos chineses movidos apenas por motores a combustão não tinham condições de competir com rivais já consolidados, os híbridos e elétricos disputam clientes em faixas mais altas do mercado. Os carros, de fato, evoluíram.

Resta a americanos, europeus, japoneses e sul-coreanos se adequarem à nova realidade enquanto buscam formas de pagar os investimentos em eletrificação –movimento que ocorre em paralelo ao amadurecimento do mercado.

Peugeot e-2008 e Mini Cooper SE, por exemplo, são modelos completamente diferentes. O ponto em comum é o fato de serem elétricos, o que se torna o ponto principal das conversas.

Em breve, contudo, o consumidor vai enxergar melhor as peculiaridades de cada veículo e fazer escolhas baseadas em outras características, como ocorre com os carros com motores a combustão.

É nesse momento que a competição tende ao equilíbrio, com os chineses tendo de lidar com mais opções de marcas longevas e maior conhecimento do consumidor.

No caso do Brasil, haverá também a produção nacional. BYD e GWM vão disputar mercado com modelos híbridos e elétricos feitos por Stellantis, GM, Volkswagen, Honda e Toyota. Todos terão de negociar com fornecedores em comum, o que influencia no preço final dos produtos.

Mas são movimentos que ocorrerão ao longo da década. Agora, é a vez de os eletrificados chineses ganharem cada vez mais espaço.

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