O mês de outubro terminou com 217,7 mil veículos leves e pesados emplacados no Brasil. É a terceira vez no ano que a marca de 200 mil unidades vendidas é ultrapassada. Isso só havia acontecido em julho e agosto, sob o efeito das medidas de estímulo que concederam descontos de até R$ 8.000 para modelos compactos.
Os dados, que foram divulgados pela Fenabrave (associação dos revendedores), mostram alta de 20,4% em relação ao mesmo mês de 2022. No acumulado do ano, o crescimento é 9,7% na comparação com igual período do ano passado.
Entre os carros de passeio e os comerciais leves, 54,7% dos licenciamentos foram feitos por meio de venda direta, o que reflete o peso das locadoras no mercado nacional. As empresas seguem repondo suas frotas após as perdas registradas devido à escassez de componentes ao longo da pandemia de Covid-19.
A picape Fiat Strada foi a mais vendida em outubro, com 11.874 unidades emplacadas. O hatch Volkswagen Polo apareceu novamente na segunda colocação: 11.123 licenciamentos no último mês.
Em comum, os líderes de mercado têm cerca de 75% da comercialização feita por meio de venda direta. Esse tipo de faturamento abrange também produtores rurais e pessoas com deficiência que têm direito a isenções de tributos, mas o grande volume vai parar nos pátios das locadoras.
Ao se olhar exclusivamente para o varejo, o mais emplacado de outubro foi o Hyundai Creta: 82% de suas 5.354 unidades licenciadas foram comercializadas para pessoas físicas, modalidade mais rentável.
E novamente um carro 100% elétrico aparece no top 50. O BYD Dolphin ocupou a 34ª posição em outubro, com 1.366 unidades vendidas. O momento é bom para a marca chinesa, que alcançou ainda a 35ª colocação com o híbrido Song Plus (1.100 licenciamentos no último mês).
Para a Fenabrave, a má notícia do mês foi o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à busca e apreensão extrajudicial de veículos, que constava na proposta original do chamado Marco das Garantias, sancionado na terça (31).
"O custo do crédito afeta o poder de compra dos brasileiros, e é preciso mecanismos que deem maior segurança jurídica aos credores", disse José Maurício Andreta Jr., presidente da associação dos revendedores.
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