Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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O bolsonarismo costura com Trump

No mundo dos desejos, admite-se que o americano passe pelo Brasil antes de janeiro

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O braço cosmopolita do bolsonarismo articula um evento espetacular caso Donald Trump venha a ser eleito em novembro. Antes mesmo de sua posse, ele fará gestos ostensivos na direção de Bolsonaro e do argentino Javier Milei.

No mundo dos desejos, admite-se até que ele passe pelo Brasil antes de janeiro.

De qualquer forma, vale a pena evitar falsas expectativas. Por maiores que sejam as afinidades de Trump com Milei e Bolsonaro, a posse de um presidente do Estados Unidos continuará a ser um evento doméstico, com convidados estrangeiros.

Os amigos do novo presidente poderão ir a eventos privados, mas continuarão fora da agenda oficial.

Homem idoso de pele bronzeada artificialmente usa boné enquanto se dirige a uma multidão. No boné, lê-se: make america great againd, ou faça da América grande novamente
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, durante comício eleitoral no estado americano da Flórida - Giorgio Vieira-13.jul.2024/AFP

Uma ideia nova, redundante e ruim

Em busca de uma agenda positiva, como se a segurança pública precisasse de novidades, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, quer reciclar a Polícia Rodoviária Federal, transformando-a numa Polícia Ostensiva Federal.

A falta de polícias está longe de ser um dos males nacionais, mas a criação dessa POF arrisca virar um monumento à redundância. Na constelação de polícias, está entendido que a Federal tornou-se um exemplo a ser seguido. Ela funciona como uma carreira de Estado, livre de maiores influências políticas. Podendo-se expandi-la e aprimorá-la, pensa-se em fabricar um novo corpo policial. Fala-se numa eventual criação de 3.000 cargos. Uma festa.

Nos primeiros meses do Lula 3.0 alguns çábios de Brasília tiraram da gaveta a ideia da criação de uma Guarda Nacional. Ela foi ao arquivo diante do desagrado surgido nas corporações militares. Pelo visto, a bocarra reapareceu.

Fachin avisou

Em 2025 o ministro Edson Fachin assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal, para um mandato de dois anos.

Há duas semanas, enquanto Lisboa vivia as luzes do "Gilmarpalooza", Fachin disse, numa palestra em Brasília, que "comedimento e compostura são deveres éticos, cujo descumprimento solapa a legitimidade do exercício da função judicante".

Fachin não enfeita farofas e sua fala indica que, com ele na presidência, o Supremo voltará ao padrão Rosa Weber de discrição.

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