A crise começou há duas semanas, quando Zé Neto, da dupla Zé Neto e Cristiano, em um show em Sorriso, em Mato Grosso, criticou a Lei Rouanet e alegou que seu cachê "quem paga é o povo".
O cantor, famoso por postar fotos com a sunga marcando suas partes íntimas, também provocou a cantora Anitta, dizendo que "não precisa fazer tatuagem no toba" para chamar a atenção.
Como diz o ditado recém-inventado "quem critica toba alheio no seu tomarás", após as declarações, denúncias de shows sertanejos pagos com dinheiro público começaram a pipocar como falsete em
música sertaneja.
A própria dupla de Zé Neto havia faturado R$ 400 mil da prefeitura da cidade mato-grossense. Outro alvo foi o cantor Gusttavo Lima, que recebeu de cachês milionários para se apresentar em dezenas de cidades que mal conseguem repor a dipirona de seus postos de saúde.
O efeito borboleta iniciado pela tatuagem no "fiofó" de Anitta levou muita gente a pesquisar pelo nome de Gusttavo Lima, um fiel frequentador dos palanques de Bolsonaro.
Para quem não conhece o cantor, segue um trecho da letra de seu maior sucesso, "Bolada Boa".
Eu já comprei muitos carros, já comprei mansão
Porque cobro é caro, cobro R$ 1 milhão
Seja qual a cidade, se o prefeito não presta
Não passo vontade, eu que não sou besta
Mamata bonita, cada show uma bolada
Que se dane se a cidade tá quebrada
Ganhar, lucrar, que o povo vai pagar
Mamata bonita, cada show uma bolada
Até em lugar que não tem um calçada
Botar grossas pilastras no meu lar
Com meu cachê meu cachê
Tcherere tcherere tchê tchê tchê
Mas eu não mamo Lei Rouanet
Lei Rouanet, Lei Rouanet
Tcherere tcherere tchê tchê tchê
Só que o problema é o MSTê
MSTê MSTê
Tcherere tcherere tchê tchê tchê
Pelo menos não é o Petê
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