O que o torcedor tricolor sofreu pela manhã de domingo (26), com mais de 57 mil pessoas, acabou fartamente compensado pelos resultados da tarde, no Beira Rio e no Horto.
Depois de deixar dois pontos, em Curitiba, contra o lanterna Paraná Clube, o São Paulo não poderia vacilar outra vez diante de outro time na zona do rebaixamento, o bravo Ceará.
Não fosse por uma jogada espetacular do antes odiado, e hoje amado, Reinaldo, já ao faltarem apenas 13 minutos para o jogo terminar, bem continuada por Diego Souza e complementada com sucesso por Bruno Peres, e o tropeço teria acontecido, porque nada é fácil neste Brasileiro, nem mesmo quando o líder joga em casa contra um visitante na rabeira.
A vitória, justíssima, permitiu ao são-paulino almoçar aliviado com a família e sentar à frente da TV para torcer contra o Inter e contra o Flamengo.
Cabia torcer pelo América, em Belo Horizonte, embora fosse um esforço sobre-humano torcer pelo rival Palmeiras, em Porto Alegre.
E tudo aconteceu como os tricolores queriam.
Sem precisar vibrar com um gol alviverde, porque as defesas prevaleceram como era previsível no Rio Grande do Sul, um 0 a 0 a calhar —oitavo jogo do Palmeiras sem sofrer gol, sexto do Colorado, e três pontos adiante do vice-líder gaúcho.
Nas Minas Gerais, o 2 a 2 ficou de bom tamanho e o Flamengo a quatro pontos de distância.
Convenhamos que, para quem terá uma semana de folga, e jogará outra vez em casa contra o Fluminense, o domingo não foi nada mau.
É verdade que Everton, um dos melhores passadores do Brasileiro com seis passes para gols, além dos cinco que marcou, com lesão muscular, dificilmente jogará.
Mas Pedro, do Fluminense, artilheiro do campeonato com dez gols, certamente desfalcará o clássico tricolor.
Além do mais, seus rivais terão semana dura, o Flamengo, particularmente, que precisa virar o 2 a 0 que o Cruzeiro lhe impôs, e no Mineirão, pela Libertadores, além de enfrentar a resistente retranca cearense no próximo domingo (2), no Maracanã.
Já o Inter, fora de casa, irá enfrentar o Cruzeiro, osso duro de roer.
O Palmeiras, de volta ao G4, mas oito pontos atrás, terá a Chapecoense, em Chapecó.
Um pouquinho de sorte e a 22ª rodada repetirá a fortuna da que passou.
O São Paulo promete.
Juízo, Fiel!
O corintiano sensato (será que existe, no bando de loucos?), terá uma quarta-feira (29) inédita pela frente.
Se para o são-paulino torcer pelo Palmeiras é tarefa ingrata, pior será para o torcedor alvinegro desejar uma desclassificação digna diante do Colo-Colo, pela Libertadores. Algo assim como uma vitória por 2 a 1, insuficiente. Ou por 1 a 0, placar do jogo de ida, em Santiago do Chile, e derrota nos pênaltis. Ou, ainda, um empate na Arena Corinthians.
Porque caso o time vença os chilenos, enfrentará o Palmeiras, segundo jogo na casa verde.
A possibilidade de superar o rival só existe porque o futebol é o futebol, mas, mesmo assim, soa como uma missão épica, Davi contra Golias.
Não é todo dia que acontece e, de certa forma, já aconteceu no Paulistinha, quando o Corinthians ainda tinha Balbuena, Rodriguinho e, sobretudo, Fábio Carille.
Hoje, depois de mais uma obra de Andrés “Desmanches” Sanchez, é preciso ter muita fé para acreditar na possibilidade.
Melhor cair fora já do que viver o repeteco da Libertadores de 2000, quando São Marcos pegou o pênalti de Marcelinho.
Xinguem o colunista agora, mas depois não digam que não foram avisados.
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