Perder nunca é bom, já disse o Conselheiro Acácio.
Se não disse, antes que alguém corrija, deveria ter dito.
No Maracanã com mais de 60 mil torcedores, o Corinthians perdeu novamente para o Flamengo por 1 a 0 e está eliminado da Copa do Brasil.
"Caiu de cabeça erguida", declarou depois do jogo o técnico Fábio Carille.
Com razão.
Há derrotas que podem ensinar o caminho para um futuro melhor.
Por mais que haja corintianos inconformados com a eliminação, o desempenho do time, de resto mediano como a maioria das equipes brasileiras, se não orgulhou esteve longe de envergonhar o torcedor sensato que, acredite, existe.
Pela primeira vez nesta temporada o Corinthians teve coragem, agrediu o adversário individualmente superior.
Perdeu como poderia ter vencido, principalmente no primeiro tempo, quando jogou melhor.
Ruim tinha sido o desempenho na partida de ida, em Itaquera, quando especulou quase o tempo inteiro com o 0 a 0.
Camisas têm de jogar quando o elenco é limitado, algo que o Flamengo também fez no segundo tempo, em vez de botar o regulamento embaixo do braço para manter o empate que bastaria para seguir no torneio.
Era improvável mesmo a classificação corintiana, mas o simples fato de ter sido possível revela o rumo a ser trilhado.
Buscar o gol, chutar na trave, exigir boas defesas do goleiro animam quem é capaz de se conformar com a derrota que valoriza a vitória do oponente.
O corintiano não tem por que se queixar dos últimos anos, tantas foram as conquistas neste século, principalmente de 2012 para cá.
Bem diferente da situação da maioria de seus rivais.
O Campeonato Brasileiro parece empreitada maior que as pernas alvinegras, embora o time possa disputá-lo dignamente.
Já a Copa Sul-Americana é objetivo factível e pode permitir um segundo grito de "é campeão" na temporada. Se acontecer, significará um 2019 razoável.
Veremos se no sábado (8), em Belo Horizonte, contra o Cruzeiro, o Corinthians será capaz de repetir a atuação do Maracanã. Caso seja, haverá motivo para otimismo.
Derrota definitiva
Se há derrotas preciosas, há também as vitórias de Pirro.
Imaginemos que Neymar acabe inocentado da grave acusação que pesa sobre ele. Nem por isso limpará a imagem de quem, mais uma vez, protagonizou episódio deplorável.
Rememoremos: Neymar saiu do Santos vendido para o Barcelona antes de enfrentá-lo numa decisão de Mundial de Clubes, da qual saiu derrotado por acachapantes 4 a 0.
Em busca de ser protagonista, trocou o clube catalão pelo PSG para ser o número 1 do mundo.
De lá para cá, virou meme planetário como cai-cai, se machucou mais que jogou, apareceu mais na balada que nos gramados, fez mais tatuagens que gols, xingou torcedor brasileiro ao ganhar a obrigatória medalha de ouro olímpica, nos pênaltis depois de empatar com seleção olímpica alemã B, deu um soco num francês e empurrou um juvenil em treino na Granja Comary porque o menino enfiou-lhe a bola entre as pernas.
No episódio do suposto estupro, expôs até o filho de quem o acusa e revelou-se embriagado para 119 milhões de seguidores em sua rede social, além de publicar fotos íntimas da parceira que convidou para encontrá-lo em Paris.
Convenhamos: sua lesão diante do Qatar pode ser a solução para tirá-lo dos holofotes e para quem quer a seleção sem ele.
Convenhamos 2: não há ídolo mais conveniente neste país em que o presidente da República homenageia o tal MC Reaça.
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