Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Em madrugada bocejante, seleção perde com gramado horroroso

Foi preciso gostar muito de futebol para acompanhar

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A Argentina vai jogar contra a Alemanha, em Dortmund, em outubro.

O Brasil jogará contra uma seleção africana, ainda a ser definida.

Por que a AFA consegue e a CBF não?

Vai ver é porque os argentinos ganharam cinco Copas do Mundo e os brasileiros só duas.

Então, tome times sul-americanos pela frente, como o Peru, em Los Angeles, no belíssimo estádio olímpico, mas com gramado para futebol americano, um desrespeito aos pentacampeões mundiais —ou seriam só bicampeões?

Neymar com o agasalho da seleção brasileira durante a partida amistosa o Peru, nos Estados Unidos
Neymar com o agasalho da seleção brasileira durante a partida amistosa o Peru, nos Estados Unidos - Kevork Djansezian/AFP

O Peru sem Guerrero, exemplar, porque deu preferência ao Inter. O Brasil sem Neymar, como na Copa América, mas no banco. De madrugada!

Foi preciso gostar muito de futebol para acompanhar.

Ainda mais depois de ter se deliciado na noite anterior, com mais uma bela atuação do time olímpico, contra o Chile, pena que diante de apenas 5 mil torcedores no Pacaembu, num 3 a 1 que merecia casa cheia.

Velocidade, troca permanente de posições no ataque, lances individuais de pura arte, a molecada sub-23 de André Jardine mostra uma alegria de fazer gosto.

Já a seleção principal, coitada, foi obrigada a enfrentar os peruanos na reedição piorada da final da Copa América, no tal relvado desgramado.

Aí o que se viu foram 45 minutos iniciais de chutões e uma bateção de cabeças tão literal que Casemiro e David Neres se chocaram e terminaram o jogo de tocas de natação.

Digno de ser visto apenas Richarlison, que já havia ido bem no empate contra a Colômbia.

Incrível a sensação de ser dos poucos brasileiros que viam a seleção de cinco estrelas (ou seriam duas?) na madrugada, como os presentes ao Pacaembu. Quais conclusões Tite pode ter tirado do medíocre jogo disputado até o intervalo? Galvão Bueno deve ter agradecido à gripe que o tirou da transmissão.

Pode não voltar a infame CPMF, mas a seleção voltou para o segundo tempo sem a esperada presença de Neymar. A luta contra o sono continuou.

Verdade que a seleção despertou no segundo tempo, criou, de cara, duas boas chances, uma desperdiçada por Allan, outra bem neutralizada pelo goleiro em chute de Philippe Coutinho. Aí, Neymar entrou e deu uma incendiada na partida, com dois belos passes e muita movimentação.

Os peruanos só foram chutar ao gol aos 28 minutos, mas, numa cobrança de tola falta cometida por Fabinho, Militão subiu pouco, Ederson saiu caçando borboleta e o Profeta Abram, como o chamam no Peru, cabeceou para decretar a terceira derrota de Tite à frente da seleção, a quinta em 46 jogos dos brasileiros contra os peruanos.

Se o horário e o jogo deram sono, a derrota não tem o condão de causar insônia, embora deva ter causado pesadelo no treinador, que sempre poderá dizer que os insucessos trazem mais lições que as vitórias.

Pode ser.

Mas, insista-se, a seleção precisa enfrentar times europeus.

Sábado quente

No Maracanã, o favoritaço Flamengo recebe o Santos para acabar o turno na liderança do Campeonato Brasileiro.

Na casa verde, o Palmeiras recebe o Cruzeiro para terminá-lo na vice-liderança.

Jorge Jesus e Jorge Sampaoli se encontram no embate dos forasteiros que arejaram o futebol brasileiro.

Mano Menezes se reencontra com o Cruzeiro que deixou como bomba nas mãos de Rogério Ceni, o ex-goleiro que jamais venceu no estádio palmeirense, nem como técnico, goleado por 4 a 0 à frente do Fortaleza, na primeira rodada.

O sábado (14) promete.

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