Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Grêmio e Flamengo fazem decisão para Europa ver

Depois dos ótimos jogos europeus, o Brasil mostrou o que a Argentina não viu

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A terça (1º) e a quarta-feiras (2) esbanjaram futebol e emoções por todos os poros do Velho Continente.
Ver o Real Madrid sofrer para empatar em casa com o Brugge não tem preço.

Assistir ao Bayern Munique enfiar 7 a 2 no Tottenham, em Londres, depois de primeiro tempo equilibradíssimo, é inesquecível.

Testemunhar a paciência do Manchester City, sem Kevin De Bruyne, também em casa, para fazer apenas 2 a 0, segundo gol já nos acréscimos, o primeiro quase na metade do segundo tempo, no Dínamo Zagreb, vale pela coerência de Pep Guardiola.

Ou se deliciar, para ficar perplexo em seguida, como Jurgen Klopp se deliciou e ficou perplexo quando o 3 a 0 imposto por seu Liverpool ao RB Salzburg virou espetacular 3 a 3  —graças a dois gols asiáticos que Lionel Messi assinaria e outro de um jovem norueguês de 1,94 m, também vale a pena.

Gol de Mohamed Salah na vitória do Liverpool sobre o Red Bull Salzburg
Gol de Mohamed Salah na vitória do Liverpool sobre o Red Bull Salzburg - Jason Cairnduff/Reuters

Como vale ter visto o Barcelona virar para cima da Inter em Camp Nou, com golaço de Luis Suárez e jogada extraordinária de Messi para o segundo tento, do uruguaio, já no fim.

Lições do melhor futebol do mundo praticado nos gramados europeus, chova ou faça sol, de qualidade bem superior ao que se viu em Buenos Aires, no Monumental de Nuñez, na partida de ida da semifinal argentina entre River Plate e Boca Juniors, 2 a 0 para os donos da casa num show de passes errados, gols desperdiçados, muita transpiração, pouca inspiração.

Em resumo, os aperitivos europeus foram da melhor qualidade, mas a entrada portenha deixou a desejar, principalmente no primeiro tempo.

Faltava, do nosso ponto de vista, o prato principal a ser servido na Arena Grêmio, infelizmente com chuva, sem Pedro Geromel e Jean Pyerre, mas com Everton, Bruno Henrique, Gabigol, De Arrascaeta, Gerson e Everton Ribeiro, para ficar só nesses.

Dizem que de onde muito se espera é que não sai nada mesmo.

Pois o tricolor gaúcho e o rubro-negro carioca trataram de desmentir a máxima e deram espetáculo para inglês ver, no bom sentido, assim como para italiano, alemão, espanhol, francês, enfim, para europeu ver que o velho e bom futebol brasileiro ainda vive aqui e ali, em Porto Alegre e no Rio.

Verdade que apenas pelo que o Flamengo fez durante todo o primeiro tempo, quando ameaçou massacrar o Grêmio ao criar quatro oportunidades de gol e marcou duas vezes, ambas anuladas pelo VAR, a primeira por falta fora do lance de Gabigol em Kannemann, a segunda por impedimento milimétrico do mesmo atacante.

Jorge Jesus pôs seu time na Arena Grêmio lotada como se estivesse no Maracanã, como prometera.

E o futebol bem jogado do Grêmio, tão alardeado por Renato Portaluppi, com razão, transformou-se no antigo estilo gaúcho de jogar bola, com faltas seguidas para truncar o andamento da partida.

O segundo tempo foi outro jogo, porque o Grêmio acordou, equilibrou, fez Diego Alves defender três bolas difíceis e...tomou o gol de Bruno Henrique que deveria ter sofrido nos primeiros 45 minutos.

Gol fruto de paciente troca de passes para quebrar o ascendente ritmo gaúcho e que terminou com chave de ouro.

Mas o futebol é um jogo sensacional.

Maicon, que acabara de entrar, deu para Everton cruzar para Pepê, que também recém-estava em campo, e deu-se o empate improvável.

Ficou tudo para daqui a inexplicáveis três semanas no Maracanã, embora o Flamengo seja o favorito.

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