O normal seria o Flamengo ganhar do São Paulo, no Maracanã, e o Palmeiras perder para o Inter, no Beira-Rio.
Nem o Flamengo ganhou, nem o Palmeiras perdeu.
A vantagem de apenas três pontos permaneceu como alento à perseguição alviverde ao rubro-negro. E, por quê?
Porque o Flamengo sentiu a necessidade de poupar três de seus principais jogadores no primeiro tempo no gramado encharcado e, embora tenha criado chances para fazer ao menos um gol, não conseguiu sair do 0 a 0.
Rafinha, Filipe Luís e Gerson fizeram muita falta ao serem guardados para o embate com o Grêmio pelas semifinais da Libertadores.
Quando entraram em campo, não tinham o calor de uma partida extremamente guerreada pelo time do estreante Fernando Diniz. Nenhum de seus três substitutos está à altura deles, com diferença menor na lateral-esquerda, porque Renê é bom jogador.
Mas Rodinei e Piris da Motta estão longe de poder preencher a falta de Rafinha e, principalmente, de Gerson.
O São Paulo soube defender o resultado valioso e ainda teve até a chance de vencer numa bobeada de Pablo Mari que Antony desperdiçou.
Já o Palmeiras deu a impressão de que não aproveitaria as ausências de Moledo, Bruno e Guerrero no Inter.
Levou um sufoco até sofrer o gol de Patrick aos 27 minutos de jogo, mas soube reagir.
Fez segundo tempo muito bom, empatou com Willian num golaço e fez por merecer a virada, que não veio por detalhe e pela falta de sorte de uma bola que bateu no braço de Willian antes de se oferecer para Luca Lima enfiá-la com brilho e Bruno Henrique fazer o 2 a 1 anulado pelo VAR.
Mesmo assim o empate foi valioso. Mano Menezes perdeu os 100% de aproveitamento e manteve a invencibilidade. Além disso, o time revelou capacidade de reação para se impor diante do invicto Colorado em casa.
Terá agora uma semana para descansar e se preparar para receber o Atlético-MG, enquanto o Flamengo irá a Porto Alegre no meio da semana para jogo desgastante ao extremo e, no domingo (6), visitará a Chapecoense, desesperada.
A quebra dos 100% de Mano é menos emblemática que a de oito vitórias seguidas do Flamengo, porque parecia que ninguém atrapalharia a trajetória carioca no Maracanã, muito menos uma equipe traumatizada como a do São Paulo.
Ou seja, fica a ideia de que o bicho não é tão feio, embora mereça todo respeito.
Arbitragens
O que aconteceu em Itaquera diante de 37 mil torcedores que superaram o desgosto com a eliminação do Corinthians da Copa Sul-Americana é digno de nota.
Não é possível que seja necessária a intervenção do VAR para anular gol com tão clara obstrução do zagueiro alvinegro Manoel sobre o goleiro vascaíno.
Menos possível, ainda, é precisar de cinco minutos para tomar a decisão. E num horário de sol a pino, que o torcedor gosta e o jogador detesta, pelo desgaste impiedoso.
Pior é constatar, diante do futebol paupérrimo do Corinthians na vitória por 1 a 0, que o time, assim mesmo, está em quarto lugar e com um jogo a menos, podendo chegar ao número de pontos do Santos se vencer a Chapecoense nesta quarta-feira (2), na arena Condá.
A arbitragem não sabe o que faz e Vanderlei Luxemburgo, a julgar por sua entrevista pós-jogo, ignora que o tronco avançado caracteriza impedimento, não apenas a posição dos pés, como disse para desviar a atenção de nova derrota de seu Vasco da Gama.
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