Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Bicampeonato continental abre ao Palmeiras as portas para o título sonhado

Com segunda vitória em cinco finais, o Palmeiras resolve uma obsessão que durava desde 1999

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Em meio à festa merecida, ao orgulho de ser palmeirense, à alegria esfuziante em tempos tão sombrios, é preciso constatar os fatos como os fatos são ou foram.

Antes de mais nada dizer que não há contestação possível ao título de bicampeão da Libertadores, obtido pelo Palmeiras num Maracanã tão verde como em 1951.

Quiseram os deuses dos estádio dar tamanho presente 70 anos redondos depois da épica conquista da Taça Rio.

É preciso dizer também que o Palmeiras ganhou a taça ao derrotar o favorito River Plate, e melhor time da América do Sul, na Argentina, por surpreendentes 3 a 0.

Se em 1999 Marcos teve papel fundamental a ponto de ser canonizado, neste 2021 outro goleiro foi essencial, o argentino Franco Armani, cuja falha quebrou a superioridade portenha na noite épica de Avellaneda.

Deve o torcedor alviverde festejar ainda a existência do VAR, sem o qual o River teria validado o seu 3 a 0 na casa verde e ainda a marcação de um pênalti que poderia significar a eliminação, embora quem tem Weverton possa duvidar do que seria o 4 a 0.

É óbvio que enfrentar o Santos na finalíssima significou carga emocional menor da que haveria caso fosse o Boca Juniors o adversário.

Menos pelo aspecto técnico, porque o Santos provou ser superior ao time xeneize —mais pelo político. O poder do Boca na Conmebol é insuperável.

Breno Lopes é o nome do herói alviverde, assim como Abel Ferreira, que o pôs em campo para mandar a única bola palmeirense entre as traves santistas, aos 99 minutos de jogo, e ganhar a final por 1 a 0, numa partida em que sobraram tensão, luta, falta e erros, mas faltou futebol.

Como faltou concentração aos praianos pela infantilidade de Cuca ao ser expulso de campo por tentar impedir que Marcos Rocha cobrasse um arremesso lateral. O castigo veio a cavalo branco, e verde, na cabeçada de Breno Lopes.

Bicampeão da Libertadores, segunda vitória em cinco finais, o Palmeiras resolve uma obsessão que durava desde 1999 e com campanha que justifica a conquista, afinal com apenas uma derrota.

Jogadores comemoram bicampeonato na Libertadores em vitória de 1 a 0 sobre o Santos no Maracanã - Ricardo Moraes/Pool/AFP

O paraíso é ali

Agora é embarcar para o Qatar, enfrentar, no domingo (7) o semifinalista que sair do embate entre o mexicano Tigres e o sul-coreano Ulsan, que se enfrentarão na quinta-feira (4), e chegar à final, provavelmente contra o poderoso Bayern Munique, favoritaço, no dia 11 de fevereiro.

É preferível que o primeiro adversário seja o melhor, o Tigres, porque elimina o fator vexame, a necessidade de bater em bêbado como a teimosa simplificação fará por aqui do time asiático. Além do mais deixa claro quem manda no continente americano todo.

O que se exige de time brasileiro no Mundial é disputar a decisão. Ao chegar nela, a responsabilidade passa a ser do adversário europeu, e só não pode haver goleada, como o Barcelona impôs ao Santos em 2011, por 4 a 0.

Nem o Grêmio, em 2017, contra o Real Madrid, nem muito menos o Flamengo, em 2019, contra o Liverpool, envergonharam o futebol brasileiro, que teve a fortuna de fazer campeões o São Paulo (2005), o Inter (2006) e o Corinthians (2012) diante de times melhores, o Liverpool, o Barcelona e o Chelsea, respectivamente.

Mas, tudo bem. Cada coisa na sua hora. E a hora não é de pensar no Bayern, mas de comemorar o bicampeonato.

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