Antes do Campeonato Brasileiro começar, quando ainda não sabíamos o tamanho da catastrófica pandemia, Flamengo e Palmeiras eram os dois grandes pretendentes ao título.
Desconhecíamos também que Jorge Jesus abandonaria o Rio para voltar a Lisboa e que Vanderlei Luxemburgo seria aposta perdida em São Paulo.
Quando o clássico pela 12ª rodada primeiro turno aconteceu, a Covid-19 já dava o ar de sua desgraça, apesar de ser tratada pelo genocida como gripezinha.
O Flamengo, cuja direção acumpliciou-se à necropolítica, acabou como das primeiras vítimas do novo coronavírus e veio jogar devastado na casa verde.
Então, em atuação épica com uma garotada comovente, aproveitou-se da covardia resultadista de Luxemburgo e voltou para a Gávea com precioso 1 a 1, embora tenha merecido vencer.
Sim, o Flamengo mantinha a cotação positiva e o Palmeiras parecia fadado à mediocridade.
Em tempo, o comando alviverde corrigiu o rumo e trouxe o português Abel Ferreira depois que, na 16ª rodada perdeu, em casa, para o Coritiba por 3 a 1 e acumulou a terceira derrota seguida.
À reação palmeirense o rubro-negro respondeu com uma sucessão de maus resultados, tanto no Covidão-20 quanto nas Copas do Brasil e Libertadores, das quais acabou miseravelmente eliminado.
O resto da história para chegar até hoje é conhecido.
O Palmeiras disputará as finais de ambas as copas e o Flamengo seguiu vivo, ao menos, na maratona nacional, a ponto de voltar a depender quase apenas de seus resultados porque com um jogo a menos que dois dos times à sua frente e com quem ainda jogará, Inter e São Paulo, adversários na penúltima e últimas rodadas, no Maracanã e no Morumbi.
O quase fica por conta de o Atlético Mineiro não vencer todos os jogos que lhe restam.
E eis que chegamos nesta enorme quinta-feira (21) quando, no Mané Garrincha, em Brasília, Flamengo e Palmeiras praticamente decidirão quem segue na luta pela taça e vão cumprir o que se esperava deles.
Os cariocas revitalizados pela vitória sobre o Goiás (3 a 0) e os paulistas fortalecidos pela impiedosa goleada imposta ao maior rival no Dérbi, para além do 4 a 0 acachapante, com a repetição de ótima atuação como havia feito no injusto empate com o Grêmio (1 a 1).
O time do ainda aprendiz Rogério Ceni é mais talentoso e com maior quantidade de jogadores decisivos.
O de Ferreira, de espeto afiado, tem mais opções no banco para superar qualquer obstáculo, noves fora o River Plate, e, até agora, mostrou maior determinação que o adversário.
Tomara que o gramado do elefante branco da capital federal esteja em boas condições para receber jogo tão palpitante. Lembremos que o abandonado estádio foi motivo do enriquecimento e do fim da carreira política do ex-ministro do Esporte e ex-governador do Distrito Federal, Agnelo (cordeiro, em italiano, mas em pele de lobo mau tupiniquim) Queiroz, ao que se sabe sem parentesco com outro famoso, e impune, de mesmo sobrenome, o Fabrício.
Incrível ainda haver quem diga que futebol e política não se misturam...
E o Corinthians
Bem, o Corinthians, no Recife, contra o Sport, volta a disputar o campeonato que lhe cabe depois do humilhante choque de realidade da segunda-feira (18).
Quando se achou capaz de jogar de igual para igual, levou de cinco do Flamengo e de quatro do Palmeiras. Aprendeu?
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