Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Chegou a hora de separar adultos de crianças; São Paulo saberá enfrentá-la?

O problema que aflige o traumatizado torcedor é o desequilíbrio na hora da decisão

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Pep Guardiola diz que um campeonato como o Brasileiro, em 38 rodadas, perde-se nas oito primeiras e ganha-se nas oito últimas.

Por aqui convencionamos considerar as dez derradeiras rodadas como a reta final da maratona nacional.

O líder São Paulo está nela e depois de enfrentar o Athletico, no domingo (17), na Arena da Baixada, terá mais oito jogos para sair da fila desde 2008.

Igor Gomes disputa a bola com Madson durante vitória do Santos sobre o São Paulo neste domingo (10), no Morumbi
Igor Gomes disputa a bola com Madson durante vitória do Santos sobre o São Paulo neste domingo (10), no Morumbi - Amanda Perobelli/Reuters

A primeira etapa da receita do treinador catalão o tricolor cumpriu.

Ao cabo da oitava rodada estava em segundo lugar, com cinco vitórias, duas derrotas e um empate, apenas um ponto abaixo do Inter.

Se somar os mesmos 16 pontos provavelmente será heptacampeão.

Terá pela frente, no Morumbi, Inter, Coritiba, Palmeiras, Ceará, e Flamengo. Serão seis pontos obrigatórios e nove para discutir seriamente.

Fora de casa enfrentará o Atlético Goianiense, o Grêmio e o Botafogo, outros seis pontos obrigatórios e três complicados.

Em resumo: dos 24 pontos, a metade é obrigação e dos outros 12 pontos terá de ganhar quatro.
Convenhamos que para ser campeão é o mínimo exigido de um time com tal pretensão.

O problema que aflige o traumatizado torcedor são-paulino é o desequilíbrio na hora da decisão, como assustadoramente a equipe tem mostrado nos mata-matas e aconteceu em Bragança na acachapante derrapada, ainda antes da reta final, ao cair de quatro diante do Bragantino como se estivesse paralisado de medo, numa atuação que beirou o ridículo.

O São Paulo não tem mais Juvenal Juvêncio acostumado às vitórias e a saber viver horas decisivas.

Livrou-se na última eleição do insosso descendente de Laudo Natel, cardeal imerecidamente homenageado no Morumbi, que não passou de dócil instrumento da ditadura —e capaz de perder, com o auxílio dela, pleito indireto para sua cria Paulo Maluf, na disputa do governo paulista, em 1978.

Restam para conduzi-lo às almejadas faixas de campeão brasileiro três indiscutíveis vencedores: Muricy Ramalho e Raí, fora de campo, e Daniel Alves, dentro, além de Hernanes no vestiário e no banco.

A indesculpável nova derrota por 1 a 0 contra o arremedo de Santos é mais que um alerta, porque a vitória, nas circunstâncias, era obrigatória.

Agora chegou a vez de tirar as crianças da sala e se comportar como gente grande, por mais que boa parte da responsabilidade esteja nos pés de jovens como Luan, Gabriel Sara e Igor Gomes, todos com 21 anos, e Brenner, 20.

O que esperar daqui para frente? A mais funda das depressões ou capacidade de reação em meio à implosão detonada pelo Grêmio, na Copa do Brasil, e por Bragantino e Santos no Covidão?

Será que às três cores do São Paulo será acrescentado o amarelo, no caso o da tremedeira, em vez do da libertação.

É grave a crise.

Cadê o Corinthians?

De repente, não mais, o Corinthians desapareceu do Covidão-20 e nem foi por causa da pandemia, mas porque o rival Palmeiras tem outros compromissos e a TV uma grade para atender nos meios de semana.

Daí, o alvinegro ficar 18 dias sem jogar e só voltar a campo na quarta-feira (13), em Itaquera, contra o Fluminense.

Voltará com fome de bola depois dessa verdadeira intertemporada ou sentirá falta de ritmo?

Em seu melhor momento no campeonato, o calendário pode ter interrompido a curva ascendente corintiana. Veremos.

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