Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Copa Libertadores 2020

Massacre do River sobre o Palmeiras comprova que em mata-mata o melhor pode perder

Quatro a zero seria o justo que, paradoxalmente, com justiça, o VAR evitou

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O massacre do River Plate sobre o Palmeiras na vitória por insuficientes dois gols de diferença, quando mereceu ser, no mínimo, pelo dobro, comprova o que sempre se disse: mata-mata permite ao pior derrotar o melhor.

Curioso: o Palmeiras não foi tão melhor que o River em Avellaneda para ganhar por 3 a 0. Mas o time argentino errou demais e poderia até ter perdido por placar maior.

Na casa verde deu-se o inverso. Dois a zero foi pouco.

Quatro a zero seria o justo que, paradoxalmente, com justiça, o VAR evitou ao anular o 3 a 0 por impedimento e um pênalti mal marcado pelo assoprador de apito uruguaio.

Fora pelo menos dois milagres do goleiro Weverton que, afinal, é pago para isso mesmo.

Goleiro vestido de amarelo, de costas, abraça técnico, que apoia o queixo no seu ombro
Weverton e Abel Ferreira comemoram a classificação - Nelson Almeida/Reuters

O River segue sendo o melhor time do continente e verá a final pela televisão porque trata-se de futebol, e quem perde em casa como perdeu tem de pagar o preço.

A derrota deve servir para o duplamente finalista Palmeiras, na Copa do Brasil e na Covidadores-2020, como lição sobre como o jogo se joga mais com a cabeça que com os pés.

Porque o Millonarios subjugou mentalmente o alviverde de maneira que beirou à crueldade.

Digamos que a Copa do Brasil, contra o Grêmio, é o de menos.

Mas a decisão no Maracanã, palco da maior conquista internacional do Palmeiras, em 1951, na Copa Rio, seja contra o Santos ou Boca Juniors, precisará ser enfrentada com outra mentalidade. Principalmente se contra os xeneizes, já que os peixeiros são velhos conhecidos, como os gremistas.

Claro que não pode se perder de vista o entrosamento de uma equipe há anos junta sob o mesmo comandante, o brilhante Marcelo Gallardo, tão bom que não fez referência alguma às interferências, corretas, repita-se, do VAR, embora o gol anulado do 3 a 0 tenha sido possível apenas por causa da existência da ferramenta.

Passado o susto de proporções continentais, livre do vexame que acabou por se limitar a encerrar a invencibilidade palmeirense, vale curtir cada um dos 16 dias até a grande final no Rio de Janeiro.

Chega a ser desumano impor ao lusitano Abel Ferreira e aos seus jogadores a agenda que têm pela frente até chegar ao grande dia: o Grêmio, nesta sexta (15), e o Corinthians, na segunda (18), ambos em casa; o Flamengo, no dia 21, e o Ceará, dia 24, ambos fora de casa.

Outra lição que fica é inútil, porque o torcedor resultadista jamais a aprenderá: as redes antissociais foram tomadas por fanáticos depois do jogo de ida, para ridiculizar os prognósticos corretos sobre a superioridade do River e a necessidade de ser humilde diante dele, sem querer enfrentá-lo de igual para igual.

O jogo de volta pôs as coisas em seus lugares, porque apesar de os mata-matas permitirem a classificação do pior, pois acidentes acontecem como em Avellaneda, também permitem ao melhor se impor como aconteceu em São Paulo.

Palmeirenses de menos de 20 anos ainda não viram o time disputar uma final da Libertadores. Verão agora, tomara que com Veron recuperado, pena que ainda sem poder lotar o estádio.

Menos mal que o “fantoche apalermado” que ocupa o Ministério da Saúde tenha prometido a vacina para o dia D (de Doria?), traição subliminar ao chefe dele, incapaz de se dar conta da sutileza.

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