Claro que o estádio vazio colabora para diminuir aspectos dramáticos mesmo em jogos decisivos, embora haja exceções como verão a rara leitora e o raro leitor mais abaixo.
O clássico entre Corinthians e Palmeiras que definiu o alviverde como finalista do Paulistinha manteve a regra porque resolvido facilmente com um gol em cada tempo e muitos, no mínimo quatro, desperdiçados.
O 2 a 0 poderia ter sido 4 a 0, talvez 5 a 0, quem sabe 6 a 0, sempre preservando o 7 a 1 para ocasiões mais especiais, embora o Corinthians ainda tenha se dado ao luxo de desperdiçar um pênalti desnecessário ao final da partida.
A diferença entre Palmeiras e Corinthians é tão grande como a entre Flamengo e Fluminense —que empataram 1 a 1 na decisão do Carioquinha.
E a diferença entre o Palmeiras e o Flamengo está na consistência do campeão continental, menos brilhante que o bicampeão brasileiro, mas mais consistente, eficaz e eficiente.
O Palmeiras avisa como ganhará e ganha. O Flamengo ensaia e não cumpre.
Ao Corinthians restou o consolo de que, diferentemente do acontecido contra o Peñarol, não foi humilhado. Já é alguma coisa. Mas parecia um bando de crianças jogando contra adultos.
Agora trate de pagar as dívidas criadas pelos que estão no poder e procure evitar o rebaixamento no Brasileiro.
Alisson faz chorar
O futebol tem momentos eternos.
No domingo (16) vivemos um.
O Liverpool praticamente perdia a chance de disputar a Champions, porque empatava 1 a 1 com o West Bromwich, já rebaixado, na casa do rival.
Os Reds fizeram de tudo e mais um pouco para conseguir o segundo gol, o da virada que manteria acesa a esperança de jogar a Liga dos Campeões.
Tudo e mais um pouco até que, aos 95 minutos, deu-se um escanteio pela esquerda e o goleiro Alisson Becker foi para a área.
Tudo e mais um pouco e o impossível e o eterno e o inesquecível aconteceram: como se fosse Bil Shankly, o ídolo dos Vermelhos que um dia disse não ser o futebol questão de vida ou de morte, mas muito mais que isso, Alisson subiu de cabeça e fez o gol da vitória, 2 a 1.
Fez o gol que mantém o Liverpool vivo, olhou para o céu e lembrou do pai, tragicamente morto menos de três meses atrás.
Abraçado por todos os companheiros como se tivesse ganhado a Copa do Mundo, Alisson chorou.
Aliás, até o narrador chorou. Aliás, como não chorar?
Suárez resolve
O Atlético de Madrid apenas empatava, em casa, depois de sair atrás do Osasuna, e perdia a liderança do Campeonato Espanhol, na penúltima rodada, para o Real Madrid.
Um desastre!
Então, quando faltavam apenas dois minutos para acabar o jogo, o uruguaio Luis Suárez, que desde março não fazia nem sequer um gol, pôs os colchoneros na frente, 2 a 1, com um tapa na bola da marca de pênalti, com a frieza dos grandes artilheiros, ele que, com a mesma tranquilidade, havia mandado a pelota na trave no começo do jogo.
O Atleti depende só de si na última rodada, contra o Valladolid, o clube comprado por Ronaldo Fenômeno que jogará sua última chance para escapar do rebaixamento.
O Real Madrid, dois pontos atrás, recebe o Villarreal, três dias antes do adversário decidir a Liga Europa, contra o Manchester United.
Madri em suspense e a Catalunha, fora do páreo, paga pela estupidez de ter dispensado Luisito Suárez, El Pistolero.
Domingo (23) a tensão acaba.
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