Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

O pranto de Neymar

Até agora não foi possível saber por que chorou o craque da seleção brasileira

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Neymar chorou depois da excelente atuação que teve na goleada por 4 a 0 da seleção brasileira contra a fraca equipe peruana na Cova América.

O que levou o craque ao choro sem lágrimas?

Ele se referiu ao que passou nos últimos dois anos.

Perdeu alguém da família? Estava comovido com o meio milhão de mortos pela Covid no Brasil? Referia-se às suas lesões? Ou aos rolos em que ele mesmo se enfiou, ora por ter uma aventura mal-sucedida que terminou em escândalo em Paris, ora por denúncia de assédio sexual?

Não, felizmente não houve perda alguma de parentes, a pandemia até hoje passou ao largo de suas declarações, lesões são sempre desagradáveis, embora façam parte da vida dos atletas e nenhuma delas chegou a ser grave, por exemplo como as sofridas por Ronaldo Fenômeno.

Neymar durante entrevista depois da vitória por 4 a 0 sobre o Peru na Copa América
Neymar durante entrevista depois da vitória por 4 a 0 sobre o Peru na Copa América - Carl de Souza/AFP

Neymar enxugava lágrimas secas e dizia estar feliz por dar alegria aos brasileiros e para ser exemplo para muitos. Exemplo? Para quem?

Definitivamente, os pés de Neymar funcionam muito melhor que a cabeça.

BRILHA O BRAGA
Ganhar do Corinthians em Itaquera não é nada, mesmo que de virada e sem Claudinho. Mas virar sobre o Flamengo, no Maracanã, ainda sem Claudinho, como no 3 a 2 do sábado (19), mostra que o Bragantino chegou para ficar.

O melhor é ver que o time gosta de jogar, não se acovarda, é atrevido.

O jogo contra o rubro-negro deu de dez em quaisquer das partidas da Cova América, digna mesmo dos melhores momentos, que não têm sido poucos, da Eurocopa.

LIBEROU GERAL
Os sítios de apostas tomaram conta dos canais esportivos e ainda fazem de alguns comentaristas seus garotos-propaganda.

Além do aspecto ético, cada vez menos levado em conta porque até a Globo liberou sua equipe para ultrapassar a fronteira que separa o jornalismo da propaganda, há o legal, dado o fato de que os jogos de azar são proibidos no país.

Os banqueiros das apostas argumentam que apenas as recebem no Brasil, mas não operam aqui, ponderação tão cínica como inconvincente, e agem fortemente para evitar a necessária regulamentação, por meio de lobbies regiamente alimentados.

Onde há regulamentação há, também, fiscalização obrigatória e sempre que se nota algo anormal em torno de um jogo, alertas são acionados.

Lembremos que os dois maiores escândalos da história do futebol brasileiro, o da Máfia da Loteria Esportiva, em 1982, e o da Máfia do Apito, em 2005, tinham as apostas como pano de fundo.

Vale mais uma vez a antiga frase de Stanislaw Ponte Preta: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!”.

Aliás, que espetáculo deprimente o dos comunicadores bolsominions que tentam justificar os injustificáveis cachês percebidos por eles para apoiar o governo genocida. Houve um, ao admitir ter recebido segundo revelação feita pela CPI da Pandemia, que teve o desplante de dizer “minha opinião não está à venda”. Só à compra.

MEIO MILHÃO
Depois da extraordinária capa desta Folha, nada mais a acrescentar. A não ser que se houver um mínimo de justiça no mundo, os responsáveis por 500 mil mortes pagarão pelo que estão fazendo. Aí incluídos, além do genocida e sua turma, os médicos e comunicadores cúmplices da matança.

UM REFRESCO
Simplesmente deliciosa a leitura do quarto romance de José Trajano, o tijucano que escreve para o mundo. Em tempos de trevas, uma luz: “Aqueles olhos verdes”, pela editora Alfaguara.

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