Ora, o que são quatro jogadores que desrespeitaram a quarentena da Anvisa para entrar no Brasil quando já se diz que a variante Mu penetrou no país pelos colombianos que vieram para a Cova América?
Ou quando as autoridades sanitárias inglesas culpam a final da Eurocopa pela nova disseminação da pandemia em Londres, ou que Tóquio esteja em alerta pelo crescimento da infecção por causa das Olimpíadas?
Com tantas autorizações para o show continuar, CBF, AFA, Conmebol e Fifa acharam de não levar a sério a legislação em vigor no Brasil.
Os argentinos haviam feito acordo com a Premier League para cumprir os protocolos ingleses ao devolver seus quatro jogadores antes de jogarem o terceiro jogo das Eliminatórias neste setembro. Esqueceram de combinar com os brasileiros.
A AFA, como se sabe, é irmã gêmea da CBF, apenas separada no nascimento e de língua espanhola. E só pode ter pensado que ninguém paralisaria um jogo de tanta importância apenas porque mentiu sobre a situação dos que entraram irregularmente para jogar em Itaquera.
A palhaçada assume ares planetários por envolver duas seleções que somam sete títulos mundiais, que põem frente a frente Neymar e Messi, que têm jogadores tradicionalmente dos melhores da Terra, mas cujos cartolas são os piores.
Mas não dava para a Anvisa ter agido mais cedo? Claro que dava!
Revanche!
Se com os pés não deu, com as mãos a derrota na disputa pelo bronze olímpico no vôlei masculino recebeu o troco em grande estilo e a seleção brasileira derrotou a Argentina por categóricos 3 a 1 para ganhar o campeonato sul-americano pela 33ª vez e manter a hegemonia no continente, pois jamais deixou de conquistar o torneio.
Três sets vencidos com folga por 25/17, 25/18 e 25/18, um, o segundo, perdido duramente por 24/26, revelam com clareza que a derrota no Japão foi desses acidentes de percurso, provavelmente causado pela derrota para a Rússia que impediu a disputa pelo ouro.
Ilusão santista
Em 13º lugar no momento depois de completar seus 19 jogos no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, a situação do Santos é ilusória por ser mais incômoda do que aparenta, porque podendo ser superado pelo Juventude, São Paulo e Grêmio quando completarem as mesmas 19 partidas.
Integrante do trio que jamais caiu, ao lado de Flamengo e São Paulo, o risco de rebaixamento existe e não pode ser minimizado, porque a 13ª colocação pode ser, de fato, a 16ª, a última antes da zona de queda.
Vítima de gestões anteriores criminosas, o Santos tem pouca margem de reação e a camisa mais pesada entre os atuais ameaçados —não apenas pelo bicampeonato mundial e tri continental, mas porque aquela vestida pelo Rei Pelé durante 18 inesquecíveis anos.
É verdade que o Santos já viveu situações parecidas e escapou, como é verdadeira a capacidade dos santistas em surpreender.
Nada que permita subestimar o risco em curso. Tudo que impõe jogar realisticamente, dentro de seus limites e com segurança.
Aquelas camisas brancas precisam ser defendidas com o vigor e a categoria do capitão do bicampeonato mundial Mauro Ramos de Oliveira, do argentino José Ramos Delgado, e por todos os ramos que teceram a interminável árvore genealógica do futebol mundial.
No segundo turno todos os domingos serão Domingo de Ramos, para manter viva a legenda do Deus do futebol.
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