Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Manchester City e Liverpool fizeram tudo que apaixona alguém pelo futebol

Num banco, o genial catalão Pep Guardiola e noutro, o não menos brilhante alemão Jürgen Klopp

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No começo da década de 1960 quem gostava de futebol acordava excitado nos dias em que Santos e Botafogo se encontravam, fosse por que fosse, Libertadores, Taça Brasil, Torneio Rio-São Paulo ou simples amistoso.

Entre 1960 e 1963, auge do time carioca (o do Santos durou mais) foram nove jogos com 37 gols, mais de quatro por partida, 20 santistas, 17 botafoguenses.

O equilíbrio era tamanho entre os times do Rei Pelé e de Mané Garrincha que foram quatro vitórias para cada lado e um empate.

Quem não se ligava ao futebol, se visse os jogos, passaria a gostar, mesmo que não fossem os clubes mais populares do país.

No domingo, 10 de abril, a excitação do amante do futebol era, sem tirar nem botar, a mesma.

Klopp e Guardiola se cumprimentam antes do confronto entre Manchester City e Liverpool
Klopp e Guardiola se cumprimentam antes do confronto entre Manchester City e Liverpool - Phil Noble/Reuters

Não tinha nem Pelé nem Mané, mas tinha o belga Kevin De Bruyne do lado azul e o egípcio Mohamed Salah do vermelho.

E como faziam os alvinegros brasileiros, os dois melhores times do Reino Unido entregaram o que prometiam, em espetáculo inesquecível terminado 2 a 2.

É claro que o clássico nacional não se limitava ao 10 e ao 7, porque tinha Zito, Coutinho, Nilton Santos, Didi, entre outros gigantes, como Pepe e Amarildo.

Também no embate entre líder e vice-líder do Campeonato Inglês, separados por apenas um ponto, sobram craques, como os goleiros brasileiros Alisson e Ederson, o zagueiro holandês Van Dijk, o português Cancelo, entre, também, outros gigantes, como o senegalês Mané, que não é Garrincha, e o lusitano Bernardo Silva.

O que se viu no estádio do City foram 90 minutos mais acréscimos eletrizantes, com De Bruyne abrindo o marcador aos 5 minutos de jogo e Mané empatando aos 50 segundos do segundo tempo, porque ninguém podia piscar.

Tirar o olho da tela era perder lance importante, fosse na construção desde o campo de defesa, fosse em arremate dentro da área, fosse numa grande defesa, ou uma bola na trave.

Noventa minutos como os últimos três em jogos da NBA!

Daqueles jogos que dão pena quando terminam e que de tão bons você até esquece que num banco tem o genial catalão Pep Guardiola e noutro o não menos brilhante alemão Jürgen Klopp.

Notem a rara leitora e o raro leitor que se nas referências brasileiras não há nenhum estrangeiro, nas inglesas não há nenhum inglês, porque a Premier League é a nova Legião Estrangeira.

Jogadores contratados a peso de ouro e que correm atrás da bola como do prato de comida, porque profissionais milionários e conscientes de que o show não pode parar.

A luta incessante pela ocupação de espaços, a disputa ensandecida pela posse de bola, em homenagem permanente ao torcedor, ao futebol.

Não imagine haver aqui algum exagero, mas comovido agradecimento à tarde de bola capaz de fazer lembrar a infância de quem se apaixonou pelo chamado esporte bretão exatamente pela qualidade que conheceu pelos pés dos maiores mestres que já habitaram o Planeta Bola.

Duas surpresas
O Ceará surpreendeu o Palmeiras em casa, venceu por 3 a 2 e impôs correria insuportável ao calendário pesado alviverde. Dois gols em menos de 15 minutos de jogo dão a medida do tamanho da surpresa.

O Corinthians surpreendeu o Botafogo no Nilton Santos ao fazer 3 a 0 no primeiro tempo e encher d’água o chopp carioca preparado para festejar a volta do Glorioso.

No segundo tempo, já sem Willian que esmerilhou, e sem Paulinho, o Timão levou um gol: 3 a 1.

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