Os oito brasileiros estrearam na Libertadores-2022.
Os três favoritos nacionais ao título venceram, todos fora de casa: Palmeiras, Atlético Mineiro e Flamengo, nesta ordem.
Mas, do trio, futebol convincente mesmo só jogou o atual bicampeão do torneio, o Palmeiras.
Verdade que pegou o adversário mais fácil, o venezuelano Deportivo Táchira, só que fez aquilo que os fortes devem fazer com os fracos e, mesmo sem força máxima, goleou por 4 a 0 em atuação que poderia ter acabado com o dobro de gols.
Raphael Veiga e companhia, ou seria Dudu e companhia?, enfim, o time de Abel Ferreira está em grupo tranquilo e poderá economizar o desgaste no calendário especialmente cruel nesta temporada.
O Galo ganhou do colombiano Tolima, por 2 a 0, sem ter jogado para tanto, apesar de enfrentar o oponente mais difícil e de ter quebrado a escrita de jamais um time brasileiro vencer em Ibagué, além de manter a invencibilidade desde a Libertadores passada. Valeu.
Também o Flamengo ganhou por 2 a 0, do fragílimo peruano Sporting Cristal, e no Estádio Nacional de Lima com portões fechados devido às escaramuças na incandescente capital andina. O famoso venceu e não convenceu porque o rubro-negro padece da síndrome de abstinência de Jorge Jesus. Até quando?
Quem ganhou sem deixar dúvidas, também por 2 a 0, foi o debutante na competição Bragantino, ao receber o uruguaio Nacional e se impor com autoridade.
Com o que fechamos os resultados nacionais bem-sucedidos.
Daí por diante, apenas decepções.
Até mesmo o empate do Athletico, na Venezuela, deixou a desejar, porque sem gols diante do fraco Caracas, com só um jogador digno de destaque, para azar dos paranaenses, o goleiro. Aqui não valeu a teoria de que empatar fora de casa é bom resultado.
É claro que muito pior foi o Corinthians, derrotado por 2 a 0 na altitude de La Paz pelo Always Ready, sempre pronto a deixar seus opositores em maus lençóis, como o Inter foi testemunha em 2021, superado por outro 2 a 0.
Muito pior porque com efeitos colaterais além dos 3.600 metros acima do nível do mar.
Não consta que o então goleiro colorado Marcelo Lomba tenha sido ameaçado de morte por algum bandido gaúcho como aconteceu com Cássio, resultado da pusilanimidade da direção corintiana no trato com os extremistas da Gaviões da Fiel, de linguajar, notas oficiais e atos dignos do que há de mais nefasto no bolsonarismo, se é que existe algo razoável nele.
Finalmente, os outros dois debutantes na Libertadores perderam em casa partidas que teriam de vencer.
No Horto, com apenas 5.353 torcedores, o que dá a medida de seu porte, o América se deixou abater por 2 a 0 pelos equatorianos do Independiente Del Valle, praticamente a chave da porta dos fundos do torneio.
No Castelão, mas com 50.429 pessoas, o Fortaleza pagou o preço da tensão pré-estreias, atuou muito mal no primeiro tempo, reagiu no segundo, mas de modo insuficiente para superar o chileno Colo-Colo, exatamente o rival com quem deve disputar o segundo lugar no grupo, porque o primeiro está reservado para o quarto favorito ao título, o argentino River Plate.
Foram 11 gols brasileiros contra seis dos hermanos sul-americanos, o que não é mau.
Ruim é constatar que futebol de qualidade tivemos o do Palmeiras e nada mais.
Vai melhorar. Vai?
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