Quando o Palmeiras ganhou a Libertadores de 2020, ficou claro que venceu um River Plate, nas semifinais, que lhe era superior, ao contrário do Santos, na decisão.
No ano seguinte, eliminou o Atlético Mineiro, que também era melhor, e disputou a final com o Flamengo pau a pau.
Ninguém tem dúvida de que o Palmeiras tem mais qualidade que o Athletico Paranaense e, no entanto, acabou eliminado em casa.
Fazer o quê?
Reclamar da sorte, da arbitragem, das injustiças da vida, do preço da gasolina etc.
Ou do zagueiro Murilo por uma solada injustificável em Vitor Roque quando o Palmeiras era dono absoluto do jogo, ao fim do primeiro tempo.
Ah, sim, antes, aos 27 minutos, Alex Santana exagerou no empurra-empurra com Rony, e Abel Ferreira, além de toda a torcida palmeirense, está até agora inconformado —e ficará a vida inteira e mais três meses— pela não expulsão do atleticano.
Sob o risco de ser proibido de entrar na casa verde, pondero que expulsar o jogador naquele momento seria exagerado e estragaria o jogo. O cartão amarelo ficou de bom tamanho.
E tanto a arbitragem quis preservar o espetáculo que até mesmo para Murilo o cartão imediatamente mostrado foi também o amarelo, que mudou de cor só porque o VAR chamou.
A dura verdade, nua e crua, é desfavorável ao Palmeiras.
Com um a menos, o time chegou aos 2 a 0 e foi incapaz de manter a diferença que valeria a passagem para o Equador.
Coisas do futebol.
Suspenso e impedido de estar no banco, de um camarote no estádio, um senhor de 73 anos, de nome Luiz Felipe Scolari, não quis saber de segurar o 0 a 1, de apostar nos pênaltis.
Pôs o contestado Pablo, pôs o uruguaio David Terans, deixou Fernandinho sozinho para tomar conta do meio de campo e… com gols de Pablo e Terans, empatou o jogo.
O treinador do pentacampeonato mundial da seleção brasileira desfrutará de sua quarta final continental —uma vez campeão com o Grêmio, em 1995, outra com o Palmeiras, em 1999, e vice, em 2000, com o mesmo Palmeiras.
A rara leitora e o raro leitor têm todo o direito de desgostar do estilo de futebol adotado por ele e, ainda mais, das opiniões políticas dele. Mas negar sua competência é tão injusto como inútil, porque desmentido pelos fatos.
O Athletico irá a Guayaquil, no dia 29 de outubro, no papel de azarão como viajou a São Paulo.
Duvidar de que possa voltar a Curitiba como campeão é outro direito amplo, geral e irrestrito.
Mas a prudência exige que se duvide com moderação.
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