Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Juca Kfouri

Eu peço o seu voto

Não, não sou candidato a nada; apenas desejo que minhas netas possam viver aqui

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Se você votará no 13, nem leia o que segue. Provavelmente achará o texto piegas, desperdício, em vez de tratar da decisão da Libertadores.

Acontece que estou tomado pelo clima criado pelo celerado Aécio Neves desde sua derrota para Dilma Rousseff.

Você há de lembrar, ele disse ser capaz de arruinar o país, mas a impediria de governar.

Lula durante ato de campanha no Vale do Anhangabaú - Bruno Santos - 20.ago.22/Folhapress

Daí para o ficha suja Eduardo Cunha foi um pulo.

Vieram as pautas bombas, o impeachment, o traidor Michel Temer e, em seguida, a figura inominável e sua gang —apoiada pela escória dos comunicadores tupiniquins e pelo o que há de pior no Poder Judiciário, da República de Curitiba ao TRF-4, ao endossar justiceiros sem se preocupar com provas.

O resultado aí está: o meio ambiente destruído, a cultura arrasada, os preconceitos respaldados e quase 700 mil mortos. Quase 700 mil mortos!

Naturalizou-se tudo. O sociopata ao ridiculizar falta de ar, o passador de boiadas, o grosseiro e incompetente, ministro da Economia, analfabetos, falsários e corruptos no ministério da Educação, a doidivanas da goiabeira, o horror.

O clã presidencial é uma sucessão de rachadores, ao estilo do patriarca, que idolatra torturadores. Aliás, bastava isso para impedir qualquer espaço a ele, além de síndico de condomínio de milicianos.

Complexado, voltou-se contra tudo, todos e todas que o contrariaram.

Mulheres que o traíram justificam a misoginia. Filho fora de seu padrão, a homofobia. Pobres justificam o racismo e a necropolítica, a imunidade de gado.

O Exército, cuja imagem se recuperava com a redemocratização, ele tratou de desmoralizar com os homúnculos ex-fardados reunidos em seu entorno, além de alguns da ativa, até o que desconhecia o SUS e virou ministro da Saúde.

Sobrou também para a Polícia Federal, no recente episódio do ídolo da Jovem Pan, o terrorista granadeiro.

Por tudo isso, e certamente por muitos outros motivos aqui esquecidos, é que peço o seu voto em quem garante que você poderá votar de novo em 2026, em 2030 e assim por diante.

Não permita que o Brasil vire uma Hungria, a Venezuela, ou a Alemanha de Hitler, a Itália de Mussolini ou a União Soviética de Stálin.

Democracia é fundamental, mesmo a ainda mambembe que temos e que precisa ser refundada porque, pelo mundo afora, anda desacreditada, graças ao regime econômico que prevalece sem se preocupar em incluir os excluídos, o capitalismo selvagem.

Não espero ver o Brasil virar uma Dinamarca, porque não tenho mais idade para ser ingênuo.

Mas vi o país prosperar, decolar como escreveu a revista inglesa The Economist, e um presidente que com 87% de aprovação recusou fazer plebiscito pelo terceiro mandato.

Que foi preso sem provas para não voltar em 2018 e está aí, na cabeça de uma frente ampla que nem dói.

Não sou candidato a nada, meu negócio nem é batucada e morrerei jornalista.

Apenas quero ver minhas duas netas sentirem orgulho do país em que vivem, assim como meus quatro filhos, pois ainda poderão.

Sempre estive à esquerda e prefiro dizer que sou um humanista que não se conforma com a fome, com a ignorância e com a mentirada dos canalhas.

Como Dilma Rousseff, não tenho estômago para aturar políticos interesseiros.

Lula tem, conciliador que é. Fernando Haddad também tem.

Você pode tirar a milícia de Brasília e impedi-la em São Paulo.

Ditadura nunca mais!

Vote 13.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.