Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Juca Kfouri
Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Sir Endrick se apresenta ao mundo

A seleção brasileira fez em Wembley muito mais do que se poderia querer dela

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Da seleção brasileira não se poderia esperar mais, tantos os desfalques e tão poucos os treinamentos.

Ruins foram só as declarações de Dorival Júnior sobre Robinho, pisando em ovos, porque diante de uma condenação tão clara como aconteceu com Robinho, não cabem "ses" (se houve crime?!), e muito menos elogios ao passado de Robinho.

Melhor teria sido dizer que Robinho enganou a todos, que escondia um monstro dentro de si.

Já no jogo, era até covardia estrear sem poder treinar um time remendado e contra outro tão forte.

Os dois jogadores sorriem, prestes a se abraçarem
Endrick e Danilo comemoram ao fim do amistoso entre Brasil e Inglaterra em Wembley - Carl Recine/Reuters

Tudo em meio à hipócrita, e tardia, nota da Casa Bandida do Futebol sobre as condenações de Daniel Alves e Robinho, principalmente porque o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, está sendo processado, com outros diretores da entidade, em segredo de Justiça, por assédio moral e sexual pela ex-diretora de Patrimônio Luísa Rosa.

Em terceiro lugar no ranking da Fifa, a Inglaterra, mesmo sem o extraordinário lateral-direito Alexander-Arnold, o driblador e goleador Saka e o super-goleador Harry Kane, em casa, seria parada indigesta até se a seleção brasileira jogasse completa —e com o rei Pelé…

A 13ª partida no santuário londrino tinha tudo para terminar na quarta vitória britânica, em vez da terceira brasileira. Um oitavo empate seria presente dos deuses dos estádios, e o futebol nacional não tem feito por merecer a generosidade alheia.

E olhe que Vinícius Júnior, se estivesse equilibrado e batido forte, teria aberto o placar logo no 11º minuto, em passe perfeito de Lucas Paquetá, gol salvo por Walker com o goleiro Pickford vencido.

Dominante no começo do jogo, assustado por três boas estocadas brasileiras, o English Team retomou o controle do primeiro tempo e passou a rondar a área do bom goleiro Bento.

Desagradável para nós, brasileiros, ver as camisas amarelas dominadas, mesmo quando azuis.

Uma sucessão de erros, por ironia, terminou na trave inglesa aos 34 minutos, em arremate de Paquetá, em bela tarde.

Terminados os 47 minutos iniciais, sem gols, a sensação brasileira era positiva, principalmente pelos prognósticos anteriores ao clássico, e a dos súditos do rei Charles era de alívio, porque as três principais oportunidades de gol foram dos visitantes, pois Raphinha teve mais uma chance.

Nem desconfiávamos do que a etapa final reservaria.

Embora com dificuldade na bola aérea, a defesa brasileira suportava a armada inglesa e, de vez em quando, o ataque brasileiro incomodava, com Rodrygo em tarde melhor que Vini Jr. e Raphinha, mais insinuante que atacante.

Endrick era necessário, até para que pudéssemos vê-lo ao lado de seus dois futuros companheiros no Real Madrid.

Quando o menino entrou no jogo, Rodrygo saiu, e com ele Paquetá, o que, em tese, diminuía a criatividade nacional.

Pois não é que Andreas Pereira fez primoroso lançamento para Vini, o madridista arrematou em cima do goleiro e Endrick pegou o rebote para fazer 1 a 0, aos 34 minutos, para cravar a terceira vitória no velho Wembley, a primeira no novo?

O abençoado garoto se emocionou a ponto de perder o 2 a 0 no derradeiro segundo do clássico mundial, porque já estava mais que apresentado ao Planeta Bola, ao se candidatar ao título de sir Endrick.

O futebol é assim e o futebol brasileiro é ainda mais assim: quando tudo parece perdido, surge um sonho.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.