Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Agora que acabou, foi fácil

O título do Palmeiras, o 2º tri seguido, terminou conquistado com o pé nas costas

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O torcedor palmeirense discordará e fará muito bem em discordar: a hegemonia alviverde no futebol paulista já está ficando monótona.

O segundo tricampeonato de sua história terminou conquistado como havia sido com o bi: no máximo um sustinho no jogo de ida das finais, para criar certo suspense, sem o qual talvez a graça nem fosse a mesma.

Taça e comemoração do Palmeiras, tricampeão estadual
Taça e comemoração do Palmeiras, tricampeão estadual - Rubens Cavallari

A partida de volta adquiriu tons de drama, exigiu poupar na Libertadores, vingar a perda da invencibilidade, enredo repetido pela terceira vez, para nova virada que culminou com a 26ª taça na sala de troféus.

Tricampeonato com apenas três derrotas, para alimentar as ilusões dos são-paulinos, goleados na finalíssima; para dar H20 no paladar dos do Água Santa, embora, diga-se, o Peixe não tenha morrido pela boca, porque foram humildes na vitória obtida na Vila Belmiro, sabedores da dificílima missão que teriam pela frente.

Ao observador neutro, eram favas contadas desde que as quartas de final começaram. Na verdade, desde que o campeonato deu o pontapé inicial.

Ganhar um jogo do Palmeiras em São Paulo é tão possível que o Santos ganhou, como os outros dois também ganharam.

Ganhar duas vezes seguidas, embora o empate bastasse, beira as raias do impossível.

Para o Santos era incomparavelmente mais importante, significaria a ressureição logo depois da queda para a segunda divisão nacional, encheria o time de moral para avisar aos demais 19 concorrentes da Série B: "Disputem as três vagas restantes porque uma já é nossa". Não deu.

Caso o perdesse, haveria certa marola na vida palmeirense, logo esquecida pelos jogos do Campeonato Brasileiro que começa no próximo domingo (14), no Barradão, em Salvador, Bahia, contra o Vitória, ou ainda antes, em casa, nesta quinta-feira (11), contra o Liverpool genérico do Uruguai.

Haveria chateação pela segunda decisão estadual perdida na casa verde, mas Leila Pereira nem sequer repetiria o gesto nada nobre de seu antecessor ao chamar o torneio de Paulistinha — tratamento que só os que o chamam assim há décadas têm direito de usar.

Ela se limitou a repetir as conquistas passadas.

Torcida do Palmeiras na final do Campeonato Paulista 2024 no Allianz Parque
Torcida do Palmeiras na final do Campeonato Paulista 2024 no Allianz Parque - Rubens Cavallari/Folhapress

Graças ao menino Endrick 00que assustou o experiente goleiro João Paulo a ponto de sofrer pênalti desnecessário e infantil, não observado pelo assoprador de apito, mas exigido pelo intervencionismo do VAR paulista que faz questão de ser mais importante que o jogo.

Desmontado o sistema bem montado do Santos, 1 a 0 na batida do pênalti por Raphael Veiga, o Palmeiras terminou o primeiro tempo com superioridade capaz de permitir prever que no segundo não deixaria espaço para pênaltis decisivos.

Assim foi.

Apesar de um susto quando Mayke salvou o empate na linha fatal em chute de Otero, o argentino Aníbal Moreno completou jogada sensacional para fazer o 2 a 0 garantidor do segundo tricampeonato da história alviverde.

Endrick desarmou um rival, Piquerez driblou outro de quebrar a costela e Flaco López passou para o gol.

Terminava mais uma campanha de Abel Ferreira e seus Green Caps, uma companhia que se não é orquestra sinfônica, está longe, muuuito longe de desafinar, Academia mais física que de letras, capaz de empilhar diplomas e mais diplomas de méritos com louvor.

E do jeito que a coisa vai, nos próximos quatro anos o Palmeiras empatará com o maior rival em número de títulos: 30.

Alguém duvida?

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