Laura Muller

Psicóloga clínica, comunicadora e especialista em educação sexual. É autora de 'Educação Sexual em 8 Lições - Como Orientar da Infância à Adolescência', entre outras obras.

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Sexo e álcool: será que combinam?

Adolescentes ficam bêbados com muito menos álcool do que os adultos, e isso deve ser sinal de alerta

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Se você está na idade adulta e me faz a pergunta "Tudo bem beber um pouco de algo alcoólico para ajudar na relação sexual?", a minha resposta é que ok, uma dose ou outra pode, sim, ajudar a relaxar e, quem sabe, deixar o sexo mais prazeroso.

Mas isso é no mundo adulto. E apenas uma dose ou outra, porque beber demais pode ser fatal à excitação, ao orgasmo e ao prazer como um todo. E no universo adolescente? Aí a história é mais complicada. E vou explicar já já.

O metabolismo de quem está na fase de adolescência é bem diferente de quando se está na fase adulta. Isso porque a adolescência é uma fase de transição: da infância/pré-adolescência para a etapa adulta da vida. E, nessa fase, o corpo ainda está amadurecendo. Ou seja, ainda não está pronto para o que der e vier.

É justamente por conta dessa questão do metabolismo que quando se ingere álcool na adolescência o corpo reage de um jeito diferente de quando já se é adulto. A diferença é que o corpo do adolescente entra em estado de embriaguez muito mais rapidamente do que o corpo do adulto.

Caipirinhas de frutas - Divulgação

Claro que isso varia de pessoa para pessoa, de adolescente para adolescente, e de adulto para adulto. Mas, em linhas gerais, o adolescente fica bêbado com muito menos álcool do que o adulto ficaria. E isso deve ser um sinal de alerta bem grande quando o assunto é misturar álcool e sexo.

Os motivos são os mais variados, e vale ressaltar dois grandes: a interferência no prazer em si e a complicação com o uso de métodos para evitar as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

Quanto ao prazer, quando a pessoa está alcoolizada, isso afeta diretamente os órgãos de sentido. Fica-se mais lento, entre outras coisas. E essa lentidão impacta negativamente na forma como percebemos o prazer sexual: fica mais difícil para o corpo sentir os beijos, os abraços, os amassos, os toques, as carícias e quaisquer outras práticas como algo estimulante e erótico.

Com isso, a excitação costuma não vir.

No corpo masculino, isso equivale a dizer que a ereção pode não ocorrer. Ou durar pouco tempo, entre outras dificuldades.

No corpo feminino, isso equivale a dizer que a vagina não vai se preparar naturalmente para a penetração (se alargar, se lubrificar e se aprofundar), o que pode trazer dor em vez de prazer, entre outras dificuldades.

E, claro, diante disso tudo, chegar ao orgasmo pode se tornar praticamente impossível. Ou seja, embriaguez e sexo definitivamente não combinam.

O outro ponto que não combina com uso excessivo de álcool é a hora de vestir a camisinha, a fim de evitar as ISTs. Quando se está num estado de consciência rebaixada por conta do uso de álcool, pode ser que a pessoa transe sem saber direito se usou ou não o preservativo. Ou até mesmo sem saber direito com quem transou. E tudo isso é um péssimo negócio.

O uso de drogas passa também por caminhos similares, sendo em grande parte das vezes totalmente fatal ao prazer e complicado demais para a prevenção às ISTs.

Resumindo, a dica é: sexo e uso de álcool ou de outra droga qualquer não combinam, especialmente na adolescência. Portanto, vale muito mais evitar (e na vida como um todo, não só na hora do sexo). Sua saúde e seu prazer agradecem.

Até a próxima coluna! E se você tem alguma dúvida ou sugestão, mande email no folhateen@grupofolha.com.br.

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