Laura Muller

Psicóloga clínica, comunicadora e especialista em educação sexual. É autora de 'Educação Sexual em 8 Lições - Como Orientar da Infância à Adolescência', entre outras obras.

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Brincadeira sexual tem limite?

Vale avaliar bem estes momentos, pois eles podem não ser tão inofensivos assim

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Hoje vamos falar de bom senso. Ou melhor, de limites. De até onde ir. Em quê? Nas brincadeiras que muita gente faz por aí tendo sexo e sexualidade como temática central. Vamos?

Algo muito importante a entender e lembrar sempre é o seguinte: sexo é um assunto tabu na nossa cultura. É difícil falar sobre o tema em casa, na escola, entre o casal, em qualquer lugar. Diante disso, fica difícil também ter noção de limites e do quanto é possível, ou não, brincar com as outras pessoas em relação a esse tema.

Estou falando aqui de tudo quanto é brincadeira: desde as piadinhas a até mesmo as atitudes que incluem gestos e comportamentos dos mais variados.

Por exemplo: tudo bem brincar em público com gestos e comportamentos que fazem alusão à masturbação? Ou tudo bem brincar com as escolhas e o jeito de viver a sexualidade das pessoas ao redor, especialmente de quem não vive a sexualidade nem faz escolhas parecidas com a sua?

Mais: tudo bem ficar fazendo gozações com as pessoas em relação a algum episódio constrangedor em relação a sexo e/ou sexualidade que elas tenham vivido?

Personare- Conversa entre amigos
Bom senso é fundamental na hora de fazer brincadeiras que tenham o sexo como tema - Priscilla Du Preez/Unsplash

Para responder a essas e outras questões, uma primeira pergunta a se fazer é: seria mesmo tudo bem se você fosse o alvo dessas piadas, gozações e/ou brincadeiras? Ou tudo isso deixaria um rastro de um certo desconforto, ou até mesmo de um grande sofrimento, por todos os lados?

Ao se colocar no lugar da outra pessoa, você já pode começar a ter uma noção do quão difícil é encarar com tranquilidade e descontração qualquer que seja a brincadeira que toque em um assunto tão tabu na nossa cultura quanto são o sexo e as possibilidades de vivência da sexualidade.

Ou seja, a resposta para as questões acima, e para outras desse tipo, muito provavelmente vai ser sempre que não, não está tudo bem. Pelo contrário: fazer isso deixa tudo bem mal.

Mais uma vez vale repetir aqui na coluna que é tudo uma questão de bom senso. Numa prática que envolva sexo, a gente só deve ir até onde isso não vá ferir nem física, nem emocionalmente a pessoa que está ao nosso lado. Este é o limite. E, claro, não vá ferir também a você, física ou emocionalmente.

Essa é uma boa noção de limites e de bom senso.

Portanto, vale avaliar bem as brincadeiras, pois elas podem não ser tão inofensivas assim. Mais do que isso: o alerta aqui é para que cada pessoa perceba o quanto brincadeiras que toquem no tema sexo podem facilmente resvalar para o mau gosto e para a toxicidade.

Ao compreender isso (e fazer sempre o movimento empático de se colocar no lugar da outra pessoa), a vida em sociedade fica muito mais saudável e, certamente, prazerosa. Você não acha?

Fica a dica. E o alerta.

E se você tem alguma pergunta ou sugestão mande para folhateen@grupofolha.com.br.

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