Luciana Coelho

Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Luciana Coelho
Descrição de chapéu Maratona

Sete séries memoráveis, com novidades e mágica, em um ano para esquecer

Nostalgia, cinismo, empatia e provocação norteiam os títulos lançados neste tenebroso 2021

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O clichê das listas de fim de ano é inescapável e, como seria imprudente enumerar as "melhores séries do ano", esta é a escolha das sete coisas que mais gostei de ver na TV em 2021. Em seus diferentes gêneros, elas têm em comum, além da novidade, a mágica de fazer esquecer do mundo por umas horas quando mais precisamos disso.

"Get Back" (Disney+). O diretor Peter Jackson recupera filmagens de meio século e nos põe dentro do estúdio dos Beatles com a destreza de quem pilota um caça sob o radar. Quando achávamos que tudo já havia sido dito e mostrado sobre o maior fenômeno cultural do último século, ele nos surpreende.

O documentário, uma espécie de reality show de um mês de gravações da banda antes mesmo de o conceito existir, oferece um grau de intimidade com os quatro músicos que só não é mais espantoso do que a sintonia telepática entre eles. Um banquete de música, cinema, jornalismo e boas histórias.

"O Psiquiatra ao Lado" (Apple TV). Esta minissérie de inspiração real é quase um tratado sobre sociopatia, embutindo ora cinismo ora humor em uma história com retrogosto de terror psicológico. Nos oito episódios, acompanhamos o simpático psiquiatra Ike Herschcopf (Paul Rudd) se apoderar da vida do tímido Marty (Will Ferrell). A dupla central, habituada à comédia, é um assombro também no drama.

"The White Lotus" (HBO Max). O ser humano pode ser uma criatura horrível, e o roteirista Mike White não tem pudor nenhum de mostrar isso ao máximo nesta comédia soturna sobre um grupo de turistas ricos em um resort havaiano. Direto em sua abordagem do conflito de classes, lembra a obra de Robert Altman, com figurino de "Magnum". E a veterana Jennifer Coolidge está sensacional como a herdeira Tanya.

"Onde Está Meu Coração" (Globoplay). Um elenco impecável encabeçado por Leticia Colin faz o espectador mergulhar no drama da médica Amanda, dependente química, e de sua família. O roteiro de George Moura e Sergio Goldenberg mostra o vício em crack de forma crua e honesta, e a sensibilidade em tratar as muitas camadas que envolvem a doença e seu tratamento é tão sublime quanto urgente.

"Mare of Easttown" (HBO). Não há revolução artística nem temática nesta minissérie dramática sobre uma policial empedernida pelo suicídio do filho em uma cidadezinha da Pensilvânia onde todos se conhecem; as atuações de Kate Winslet, como Mare, e Jean Smart, como sua mãe, Helen, contudo, são o bastante para tornar esta história de crime —e família— memorável.

"Kevin Can F* Himself" (Amazon Prime Video). Este drama de humor corrosivo detona a quarta parede ao misturar o formato de sitcom do fim do século passado com os mais soturnos dramas de agora para falar da solidão da dona de casa Allison (Annie Murphy, em grande interpretação após o sucesso "Schitt’s Creek"). Por trás das risadas da claque, há um olhar atento às mazelas da classe média suburbana de boa parte dos Estados Unidos.

"Round 6" (Netflix). A série sul-coreana que se tornou incontornável em qualquer conversa neste ano recorre à memória afetiva e a uma estética pueril para montar uma alegoria sobre o capitalismo selvagem e o totalitarismo igualitário. Há exagero (de sangue, sobretudo) na trama escrita e dirigida por Hwang Dong-hyuk, mas há também um bem cerzido apelo a dilemas universais das sociedades modernas.

E na sua lista, o que entraria?

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.