Luciana Coelho

Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

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Após Lady Di, Emma Corrin é hacker na boa 'Assassinato no Fim do Mundo'

Thriller bebe em Agatha Christie com roupagem hipster e referências pop

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Cena da série 'Assassinato no Fim do Mundo'

Cena da série 'Assassinato no Fim do Mundo' Divulgação

Nem bem o corpo de Lady Di esfriou na temporada final de "The Crown" (Netflix), Emma Corrin ressurge no bom thriller "Assassinato no Fim do Mundo" como Darby Hart, uma protagonista bem distinta da triste princesa britânica.

A minissérie criada por Zal Batmanglij e Brit Marlin, que estreou no Star Plus dia 14 , não chega a ser sublime. Mas seu tom soturno e seu mistério bem urdido, que remete simultaneamente a "Entre Facas e Segredos" e "Os Homens que não Amavam as Mulheres" porém filmado com mais elegância, são instigantes o bastante para entreter —ao menos nos três episódios já no ar, pois há mais quatro por vir.

E, claro, há o talento meio inebriante de Corrin, secundada aqui por Clive Owen, Alice Braga, paisagens gélidas na Islândia e uma trilha sonora rock-pop respeitável que remete ao final do último século.
São elementos que criam uma atmosfera mais convidativa do que a história em si, resumida à literalidade do título.

Batmanglij e Marling, que está no elenco como a musa hacker da personagem de Corin, conduzem a narrativa em três tempos distintos: o presente, o passado próximo e a infância de Darby.

Eles se entremeiam para construir uma distopia com quê de New Age, algo que a dupla de roteiristas já havia feito na bem-sucedida "The O.A.", e não disfarçam a ascendência direta da obra de Agatha Christie (1890-1976).

No presente, Darby é uma escritora detetivesca em ascensão que acaba convidada para uma espécie de retiro com outros outros oito notáveis da tecnologia e das artes pelo milionário recluso Andy (Owen).

No convescote, em um hotel ermo, o anfitrião e sua mulher, Lee (Marling), pretendem que o grupo troque ideias para criar soluções para problemas da humanidade. Ou, ao menos, é o que eles dizem.

Corrin parece a única novata no grupo, até que um convidado chega atrasado. É Bill (Harris Dickinson), o ex-namorado com quem ela costumava perseguir assassinos e solucionar mistérios, agora na posição de um artista plástico renomado e iconoclasta.

A história dos dois é contada nas cenas do passado recente, que parecem ter alguma conexão com o assassinato de agora no hotel. No passado remoto, vemos a pequena Darby acompanhar o trabalho do pai, um legista, até tomar gosto por descobrir a história das mortes e dos mortos.

Braga interpreta uma médica-astronauta que se aproximou do estranho casal de anfitriões, e entre os personagens de nacionalidades múltiplas tem até um assistente de inteligência artificial (ou "alternativa", como quer Andy), o que resulta numa trupe pouco verossímil. Há outros deslizes no roteiro, como o fato de o bilionário tec usar o aniversário do filho como senha.

Tudo isso se torna perdoável ante a força que Corrin exerce em cena, com sua solidão quase tangível e o mesmo ar vulnerável e inquieto que a tornaram a intérprete perfeita de Diana. Como ela consegue se dissipar da princesa e vestir essa hacker com tanta propriedade é, provavelmente, o maior assombro da série.

Uma mulher jovem e branca, de cabelos curtos pintados de cor de rosa, olha de soslaio escondida atrás de uma porta
Emma Corrin como Darby Hart na série 'Assassinato no Fim do Mundo' - Divulgação

‘Assassinato no Fim do Mundo’ está disponível na Star Plus, com novos episódios às terças

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