Luciana Coelho

Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

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Saturday Night Live, agora ao vivo no Brasil, já fazia humor em 'shorts' antes de redes sociais

Prestes a estrear 50ª temporada, programa é um alicerce cultural americano

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Um apresentador famoso, esquetes com sátiras de acontecimentos recentes ou piadas perenes sobre situações do dia a dia, uns números musicais.

Não há nada genial nem inédito na fórmula do humorístico Saturday Night Live, desde fevereiro transmitido ao vivo no Brasil pela Universal +. Afinal, quantos programas já não apostaram em combinações desses elementos?

Mas quais deles duraram 50 temporadas e produziram tamanha lavra de momentos icônicos a ponto de se tornarem um cânone da cultura local e ainda ser referência para parte do mundo?

Pois em outubro próximo, quando um artista convidado ou um dos membros do elenco fixo gritar a famosa frase "ao vivo, de Nova York, é sábado à noite, ao vivo", o SNL (como o programa foi apelidado) estreará sua 50ª temporada, com 967 episódios na bagagem. Dando tudo certo, em algum momento de 2026, o grito irá ao ar pela milésima vez.

Chloe Fineman, Josh Brolin e Ariana Grande no 'Saturday Night Live'
A comediante Chloe Fineman (à esq.), do elenco fixo do Saturday Night Live, com o ator Josh Brolin e a cantora Ariana Grande, que participaram da edição de 9 de março - Divulgação

Das muitas marcas superlativas do programa, como 89 prêmios Emmy, a mais impressionante cabe a Lorne Michaels. O sujeito pariu a ideia em 1975, assina 85% dos episódios como produtor-executivo e 88% como roteirista.

É Michaels a presença perene em um programa que se reinventa sucessivamente, inclusive trocando de elenco e de roteiristas. A fórmula simples se renova assim pelas cabeças por trás das piadas e por aqueles que dão cara a elas, além do acompanhamento intenso das notícias e de tendências de comportamento.

É raro encontrar um humorista célebre nos EUA que não tenha passado pelos bancos do programa —Chevy Chase, Tina Fey, Eddie Murphy, Kristen Wiig, Bill Murray, Amy Poehler, Mike Mayers, Dana Carvey, Maya Rudolph, Bill Hader, Kenan Thompson, Bowen Yang (se não o conhece, busque pelos esquetes dele).
E quando há um —Jerry Seinfeld, por exemplo—, pode apostar que já apresentou um ou mais episódios.

Como todo programa de TV, o SNL tem perdido audiência, o que torna curiosa a decisão da Universal de exibi-lo ao vivo aqui, via assinatura no Prime Video ou da Claro TV+.

O elenco atual vai bem, a tendência recente é de crescimento de público, ainda assim nada que se compare a antes.

Se não pelas vias tradicionais, entretanto, pelos esquetes que viralizam online a influência persiste.

Bom exemplo é o que abriu o programa do dia 9, o mais recente, quando Scarlett Johansson recriou o discurso da senadora Katie Britt, incumbida por seu partido da tradicional "resposta" republicana
ao pronunciamento sobre o estado da União feito pelo presidente americano, Joe Biden.

O quadro era tão engraçado, e tão desesperadoramente fiel ao original, que virou notícia em boa parte das redes de TV americanas e sites pelo mundo. Foi quase como nos tempos em que Dana Carvey encarnava o presidente Bush pai, talvez a melhor das imitações de um presidente que o programa já exibiu.

Hm. Será que o segredo é esse, o SNL estava produzindo "shorts" e "cortes" muito antes de as redes sociais com vídeo nos reduzirem a isso?


Saturday Night Live vai ao ar à 1h30 de domingo no Universal+; no dia 24, a apresentação é de Ramy Youssef; dia 7, de Kristen Wiig, e Ryan Gosling fecha a temporada em 14 de abril

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