Você está pensando em reformar sua casa ou apartamento, ou construir um imóvel do zero? A primeira observação é: prepare seu bolso. O custo da construção civil aumentou 18,04% de janeiro a novembro deste ano. O acumulado nos 12 meses em novembro ficou em 20,33%. Se for uma pessoa tensa ou ansiosa, um conselho: consulte um (a) terapeuta antes de começar esta empreitada.
Os preços, a propósito, estão longe de ser o único problema. Contratar o serviço é um grande desafio. Peça referências, indicação de familiares e amigos, e registre tudo em contrato. E quando digo tudo, é tudo mesmo. Caso contrário, será surpreendido, por exemplo, ao constatar que não estava prevista a colocação de portas e janelas.
Quem contrata um empreiteiro para administrar a obra, também terceiriza atividades como compra de materiais de construção e administração de pessoal. Obviamente, o custo aumenta, mas parte da chateação é terceirizada, o que pode valer muito a pena.
Mesmo que contrate empresa ou profissional liberal, faça um cronograma da obra, a fim de acompanhar se está no prazo ou não. Também crie e atualize arquivo com todas as despesas de compras de materiais, pagamento de profissionais e outros, para verificar frequentemente sua disponibilidade financeira. E tudo deve estar firmado em contrato, ainda que um profissional liberal tenha sido escolhido para tocar a obra.
Uma obra consome vários meses. E o dinheiro tem de estar disponível imediatamente, à medida que sejam solicitados materiais como cimento, argamassa, tijolos, telhas, areia, pedra, ferro, itens elétricos (fios, cabos, tomadas, interruptores) e hidráulicos (tubos, ralos, canos). E, é claro, o pagamento dos profissionais costuma ser semanal, geralmente às sextas-feiras.
Todo pagamento deve ter nota fiscal ou recibo. É fundamental fazer uma planilha e lançar todos os gastos, sem exceção. Caso contrário, pode faltar dinheiro em um período crítico da obra.
Promessas verbais não valem nada. O que não estiver em um documento, assinado pelas partes, simplesmente não existirá. O ideal seria contratar uma empresa que gerisse tudo, do projeto à mão de obra.
Outra questão importante: por mais que as despesas sejam projetadas com cuidado, sempre haverá algum gasto imprevisível. Portanto, não basta ter o valor total estimado pela empresa ou empreiteiro.
Há, além disso, uma série de exigências legais, que varia de acordo com o município. E elas devem ser obedecidas, para que a reforma ou construção possa ser registrada em cartório. Devem-se considerar, também, outros aspectos legais, como horário de trabalho e de silêncio, bem como a segurança da obra e dos materiais armazenados.
Caso prefira comprar um apartamento na planta, lembre-se de que há fatores de risco a considerar, como atrasos significativos na entrega das chaves. Ou até a interrupção da obra por dificuldades financeiras da construtora. Até o clima pode interferir nos prazos, se, por exemplo, chover muito por longos períodos.
Hoje, há grande demanda por apartamento e casas novas. Por isso, proteja-se: informe-se bem sobre a saúde financeira da construtora. E faça minuciosas projeções de custos, se comprar na planta, para se assegurar de que continuará em condições de pagar as faturas que virão, pois o prazo de construção pode ser mais longo.
Portanto, se pensou em construir, comprar imóvel pronto ou na planta, pesquise muito, assegure-se de ter o dinheiro para as despesas ou as condições para obter um financiamento (principalmente renda familiar adequada ao total financiado). E tenha paciência, muita paciência.
Feliz Natal!
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