Há duas campanhas acontecendo ao mesmo tempo. Aquela que nos remete à velha política, em que os candidatos são os mesmos de sempre e têm ampla cobertura da mídia tradicional, nas entrevistas e nos debates. É só ligar a TV para sentir-se em 2006. As mesmas caras garantidas por regras que jogam para manter o sistema que está aí. A outra ocorre na internet.
Mesmo depois da minirreforma, lá estão os conhecidos políticos no horário eleitoral, nas entrevistas e nos debates. A lei determina que participe dos debates quem tiver ao menos cinco parlamentares na coligação. Nas entrevistas têm sido chamados aqueles que estão mais bem posicionados nas pesquisas. Ok, é preciso que haja regras, mas percebe-se que elas ignoram o que acontece nas redes sociais.
Nomes, rostos e propostas que circulam online são mais variados, seja por causa do impulsionamento de publicações por parte dos políticos, seja pelo engajamento orgânico dos eleitores. É uma incógnita o papel que a internet terá nesse pleito, mas é possível apostar que o que houver de renovação será graças a ela, que se mostra mais eficaz e democrática para dar visibilidade a novas caras.
Um exemplo do precipício que separa os dois tipos de campanha é a forma de escolha dos postulantes aos cargos. Pelo meio tradicional, será pelo horário eleitoral, indicação de amigos. Na internet, uma ótima novidade são as ferramentas que mostram afinidade política entre eleitor e candidatos.
Nunca tivemos nada parecido, que desse uma resposta imediata sobre o que pensamos em relação a determinados temas e que apontasse representantes que preencham essas expectativas. É um instrumento lúdico, revelador, que pode clarear dúvidas ou não. Fiz o teste para escolher o candidato ao governo no Rio de Janeiro e oito deles ficaram empatados tecnicamente, com índice de afinidade bem baixo.
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