Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

A resposta aos bolsonaristas

Marielle e Anderson não são as únicas vítimas do atentado que sofreram

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Deu para entender a importância de saber quem mandou matar Marielle e por quê? O crime cometido contra uma vereadora da segunda maior cidade do país deveria horrorizar a todos pelo significado que ele carrega. É o retrato sombrio do impacto da presença da milícia na segurança pública, na integridade das instituições democráticas e no tecido social das comunidades afetadas.

Mas bolsonaristas, políticos e apoiadores, passaram os últimos anos questionando a relevância da investigação, apelando ao argumento reducionista de que se tratava de apenas mais um assassinato em meio a dezenas de milhares. Amparados na lógica da polarização de que a cobrança era pura politização, ajudaram a politizar um caso que deveria ser tratado como emblemático.

Os irmãos Chiquinho Brazão (de azul) e Domingos Brazão (de preto) e o delegado de Polícia Civil e ex-chefe da Polícia do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa chegam presos no avião da PF, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

A morte de Marielle não é especial no sentido de que não há mortes mais ou menos graves, mas o seu caso sustentava a crença da impunidade que têm aqueles que debocham da sociedade, alimentam a legitimação da violência como meio de resolver conflitos e exercer poder, por meio de influências que corroem as bases do Estado de Direito.

A infiltração de milicianos ou de seus aliados em cargos políticos e instituições públicas ameaça a integridade e o funcionamento das democracias. O resultado está aí, no que resta do Rio de Janeiro: manipulação de políticas públicas, alocação de recursos e legislação em favor de interesses criminosos, além de comprometimento de investigações e processos judiciais, como constatado.

Marielle e Anderson não são as únicas vítimas do atentado que sofreram, mas todos nós, incluindo bolsonaristas desdenhosos, reféns da barbárie que cresce tanto quanto o cinismo político e a instabilidade social, lambuzada em extorsão, tráfico, contrabando de armas, grilagem de terras e assassinatos.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, diz que as investigações serão encerradas por ora. Isso deveria ser só o começo de uma devassa.

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