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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Crise derruba seguros com proteção contra incêndios

Venda de apólices que cobrem danos causados por fogo teve duas quedas anuais consecutivas

São Paulo

A crise econômica dos últimos anos levou empresas de pequeno porte a deixarem de contratar seguros e, com isso, a receita com a venda de contratos que cobrem incêndios teve sucessivas quedas.

Um evento como o fogo no edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, não influencia a busca por apólices, afirma Danilo Silveira, diretor da comissão de riscos da FenSeg (federação de empresas de seguros gerais).

Há pouco impacto porque o produto já é conhecido, diz ele.

A proteção contra incêndios costuma estar prevista nas modalidades de seguros residencial, condominial e empresarial.

“A cobertura mínima para esses planos prevê ressarcimento em casos de fogo, raio e explosão”, diz José Varanda, da Escola Nacional de Seguros.

Para as pequenas empresas, o custo de ter um plano pode ser relativamente alto e, com a instabilidade na economia, os responsáveis deixaram de contratar, afirma.

Na comparação do primeiro trimestre deste ano com 2017, o total arrecadado com apólices diminuiu 1%.
Foi a segunda queda consecutiva. O desempenho foi 9% pior no começo do ano passado, na comparação com o mesmo período de 2016.

A sinistralidade (incêndios de patrimônio dos clientes) gira em torno de 0,4%, diz Silveira. “É uma frequência baixa, mas a periculosidade é muito alta, os danos são severos.”


Investimentos em pesquisa

Aporte maior

O hospital AC Camargo, especializado no tratamento do câncer, vai fazer aportes de cerca de R$ 42 milhões em pesquisa em 2018.

O valor é 20% maior que o investimento feito em 2017, e não inclui receitas de agências de fomento como Fapesp (fundação de amparo à pesquisa de São Paulo) e CNPq (conselho de desenvolvimento científico e tecnológico).

Desses órgãos, a empresa receberá entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões neste ano, segundo a superintendente geral da instituição, Vivien Navarro Rosso.

Um dos principais destinos dos valores será um centro de imunoterapia da instituição.

“Nosso grupo em imunologia é interdisciplinar e já está em funcionamento. Essa é uma tecnologia jovem e importante para o hospital”, afirma a executiva.

Serão financiados também estudos nas áreas genômica (identificação de alterações em genes) e de progressão das doenças.

Há, também, projetos em andamento na investigação de sarcomas —espécie de tumores malignos que atingem tecidos como músculos e ossos— em parceria com o francês Instituto Curie.

R$ 1,314 bilhão
foi a receita no ano passado

480
é o número de leitos

4.500
é o total de funcionários

 

Mais parcerias internacionais

No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp), os investimentos em pesquisa sobre a doença em 2018 ainda não foram consolidados, mas devem ficar próximos aos dos observados nos últimos dois anos. 

No último biênio, foram aportados R$ 10,4 milhões de programas da esfera federal, R$ 3,1 milhões de agências do governo estadual e R$ 13,1 milhões para pesquisa clínica oriundos da esfera privada, segundo a instituição. Os dados referentes a 2017 não incluem os meses de novembro e dezembro. 

“Os recursos federais estão contingenciados”, lembra o professor Roger Chammas, presidente do conselho diretor do Icesp. O último aporte feito pelo Ministério da Saúde no instituto foi em 2013. 

“Em São Paulo, os recursos existem e com as agências de fomento mantemos uma fração significativa dos nossos projetos”, diz o diretor.

“Estamos convencidos de que a melhor estratégia será a de aumentar parcerias no internacionais, o que permitirá um maior rendimento do que investimos”, afirma. 

Do orçamento do estado, o instituto recebe recursos apenas para a parte assistencial e de pessoal. Para a pesquisa, a vinculação é com a Universidade de São Paulo.

R$ 25 milhões 
foram os recursos privados para pesquisa clínica nos últimos cinco anos


Fintech Neon recebe R$ 72 mi em rodada de investimento

A fintech (financeira digital) Neon captou R$ 72 milhões em uma rodada de investimentos que teve como líderes os fundos Propel Ventures, Monashees e Quona.

As empresas Omydiar Network, Tera Capital e Yellow Ventures também participaram desse aporte de capital.

O banco digital, criado em 2016, transferiu seu controle acionário para uma holding no Reino Unido para receber os recursos, que já começaram a ser utilizados. As quatro rodadas anteriores do banco somadas levantaram R$ 16 milhões.

“Vamos aumentar a equipe, com a contratação principalmente de desenvolvedores. Acabamos de nos mudar para um escritório maior, com capacidade para 280 funcionários”, afirma o diretor-executivo Pedro Conrade.

Parte do montante será usada para aprimorar a estrutura de atendimento ao usuário.
A meta da companhia, que tem hoje 600 mil clientes, é fechar este ano com pelo menos 1 milhão de usuários. Em dezembro, eram 325 mil.

 

Otimismo moderado

A confiança do empresário do comércio em São Paulo caiu pela primeira vez no ano em abril após alcançar, em março, o maior nível desde 2014, afirma a FecomercioSP (do setor).

O indicador teve oscilação negativa de 0,2% no mês e registrou 115,4 pontos na escala de 0 a 200. Valores maiores que 100 indicam otimismo.

O dado foi influenciado pela piora da percepção sobre a condição atual do comércio, que caiu 2,6%. A expectativa para o futuro teve alta de 2%.

“Há frustração com o ritmo da retomada, mas não inversão de tendência. Prevemos estabilidade nos próximos meses”, diz Fabio Pina, economista da entidade.

 

Novidade Os lançamentos na indústria cresceram 3,6% em abril sobre março, diz a GS1 Brasil, responsável por registrar novos códigos de barras.

Setor privado A AmCham (câmara americana de comércio) e o instituto Irelgov farão em junho uma missão aos EUA para capacitar lobistas.

 

 

Hora do Café

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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