Uma nota técnica elaborada pelo Cento de Contingência do Coronavírus do estado de São Paulo justifica a necessidade de estender a quarentena até o dia 31 de maio. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (8) pelo governador João Doria (PSDB-SP).
A nota afirma que São Paulo precisará de 13,9 mil leitos de UTI para atender pacientes com quadros graves de Covid-19 nos próximos 30 dias caso o índice de isolamento social caia para 30%. Nesta faixa, o estado ainda poderia ter nos próximos dois meses 86,8 mil mortes pela Covid-19.
"No prazo de 30 dias, haveria 43,6 mil óbitos. No intervalo de 15 dias a projeção é de 16,4 mil mortes e, em apenas uma semana, 6,1 mil", diz o estudo.
Na segunda-feira (4), o estado de São Paulo possuía 5.017 leitos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19. Na terça (5), as taxas de ocupação já eram de 85%.
Já com índice de 70% de isolamento o cenário se diferenciaria. "Seriam precisos 2,7 mil vagas de UTI pelos próximos 30 dias, 3,9 mil num período de duas semanas e 3,2 mil vagas em sete dias. Para o período de 60 dias, no mesmo cenário, seriam necessárias 610 leitos", afirma o texto.
Os dados são de estudo realizado pelo Centro de Contingência em parceria com Instituto Butantan, Fiocruz, Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e UnB (Universidade de Brasília).
Com 50% de distanciamento o número de mortes seria de 40,7 mil em 60 dias, 27,6 mil em um mês, 13,1 mil em 15 dias e 5,8 mil em apenas uma semana. E a necessidade seria de 34,5 mil leitos clínicos em uma semana, 38,7 mil em 15 dias, 31,4 mil em um mês e 12,6 mil para o período de 60 dias.
No mês de abril, a Secretaria de Saúde de São Paulo contabilizou 2.211 mortes pelo novo coronavírus, 8,6 vezes mais do que a média de assassinatos ocorridos no estado ao longo do primeiro trimestre deste ano.
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