Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Após cobranças, ministério de Damares afirma que entrará no caso do congolês Moïse

Chefe da pasta ainda não se pronunciou publicamente sobre espancamento ocorrido no Rio

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O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou nesta terça-feira (1º) que está levantando dados oficiais sobre a morte do congolês Moïse Mugenyi, no Rio de Janeiro, "no intuito de promover a atuação institucional no âmbito de sua competência".

A ministra Damares Alves, em Brasília - Antonio Molina - 3.jan.2022/Folhapress

A declaração, enviada à coluna pela assessoria de imprensa, ocorre após a chefe da pasta, ministra Damares Alves, ser alvo de críticas por não se pronunciar sobre o caso, envolto em comoção pública desde o dia anterior.

A auxiliar do governo Jair Bolsonaro (PL) recebeu cobranças, em redes sociais, de ativistas do movimento negro e de direitos humanos. Grupos como a UNE (União Nacional dos Estudantes) também questionaram a ministra sobre a atuação da pasta no caso.

Parte das mensagens lembrou a viagem que Damares fez a São Paulo para visitar a criança que sofreu uma parada cardíaca após tomar a vacina contra a Covid-19, problema que não teve relação com a imunização, conforme atestaram laudos dos governos estadual e federal.

Segundo o comunicado da pasta, atuarão na investigação a Secretaria Nacional de Proteção Global e a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, vinculadas ao ministério.

Um vídeo de segurança divulgado nesta terça mostra o momento em que o congolês Moïse Mugenyi, 24, foi espancado até a morte perto de um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 24. Sua família diz que ele trabalhava no local e foi espancado depois de cobrar salários atrasados.

O congolês chegou ao Brasil com 11 anos na condição de refugiado político e morava em Madureira, na zona norte do Rio. Em nota, a comunidade congolesa no Brasil classificou a morte dele como uma manifestação de racismo e xenofobia.

Homem faz pose para foto
O jovem congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, foi espancado até a morte na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio - Facebook/Reprodução

"Por isso, exigimos a justiça para Moïse e que os autores do crime junto ao dono do estabelecimento respondam pelo crime! Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática ", diz o documento.​

Um homem que diz ter participado das agressões se apresentou à polícia do Rio de Janeiro nesta terça-feira (1º). O suposto agressor, que é funcionário do quiosque vizinho ao que Moïse foi encontrado e não teve o nome divulgado, foi até a 34ª delegacia pela manhã junto da família para contar sua versão do que ocorreu.

Ao menos oito pessoas foram ouvidas pela Delegacia de Homicídios, incluindo cinco funcionários dos quiosques.

Pela manhã, movimentos negros fizeram um ato em frente à DH pedindo por Justiça. Eles também organizam uma manifestação no próximo sábado (5) com a família de Moïse em frente ao quiosque Tropicália, onde o congolês foi morto.

Leia a íntegra da nota enviada pelo ministério:

"O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos informa que está efetuando o levantamento dos dados oficiais referentes ao caso envolvendo o congolês Moïse Mugenyi, ocorrido no Rio de Janeiro, no intuito de promover a atuação institucional no âmbito de sua competência. Participam da atuação a Secretaria Nacional de Proteção Global e a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgãos do ministério."


RAINHA DOS VENTOS

A cantora Margareth Menezes, uma mulher negra, está usando um vestido vermelho que tem um véu voando e segura um leque de palha na mão esquerda. Ela está em um casarão abandonado
A cantora Margareth Menezes na gravação do clipe da música 'Terra Aféfé', em Salvador - Wallace Robert

A cantora Margareth Menezes gravou parte do clipe de sua nova música, "Terra Aféfé", no Mercado Iaô, no bairro da Ribeira, em Salvador, onde ela nasceu e mantém a ONG Fábrica Cultural.

A canção, uma parceria com Carlinhos Brown, é uma espécie de chamado a Iansã, orixá dos ventos e das tempestades, segundo ela.

"Essa música nasceu de um movimento de vento, uma imagem que vi e mandei pra Brown. Ele se admirou com aquela manifestação da natureza e começamos essa troca para compor", diz.

O clipe de estética afrofuturista que será lançado no dia 12 no canal de Margareth no YouTube, tem direção de Joyce Prado e contou com a participação do Balé Folclórico da Bahia.

JOELMIR TAVARES (interino), com LÍGIA MESQUITA, BIANKA VIEIRA e MANOELLA SMITH

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