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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Diretor diz que Jô era generoso e deu de carro a Rolex para equipe

Willem van Weerelt dirigiu programas do apresentador e humorista por 28 anos

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Há cerca de um mês e meio, o diretor Willem van Weerelt, que trabalhou com Jô Soares por mais de 28 anos, falou por telefone com o humorista. Os dois não se viam pessoalmente desde o início da pandemia e combinaram que a próxima conversa seria um encontro pessoal. Não deu tempo. Jô morreu na semana passada, aos 84 anos.

"Mas ele sabia tudo que estava se passando comigo. Ligava para saber da saúde, da família e tinha me indicado para um trabalho", diz Willem à coluna.

O ex-diretor de Jô Soares, Willem van Weerelt - Mastrangelo Reino -27.nov.2017/Folhapress

O diretor destaca que Jô cuidava de todos ao seu redor e era uma pessoa muito generosa. "Ele me deu de cinto a Rolex, por exemplo. Para um rapaz que trabalhava na produção, eu vi ele dar um carro, porque o rapaz morava longe e ele o presenteou com um carro", contou.

Willem lembra que ganhou a confiança de Jô quando ainda trabalhava como câmera na Globo, nos anos 1980. Na época, o humorista tinha acabado de comprar uma câmera fotográfica nova e foi perguntar para ele como funcionava o equipamento. "Por uma coincidência, era a mesma câmera que eu tinha. Eu dei uma aula para ele de como usar o equipamento, e ali fui ganhando a sua confiança."

Willem dirigiu o humorista nos programas Veja o Gordo e Jô Onze e Meia, no SBT, e depois no Programa do Jô, na Globo. Segundo ele, ao todo, Jô fez quase 15 mil entrevistas. "Em 95% dos casos eram pessoas interessantes. Nos outros 5%, ele conseguia, com o seu talento, que ficassem boas. Ele tirava leite de pedra", diz.

Uma das entrevistas mais marcantes de Jô —e que viralizou nas redes sociais— é quando ele conversa com a artista plástica de origem finlandesa Eila Ampula. Ela provocou gargalhadas na plateia ao responder as perguntas de Jô de forma curta e objetiva.

Em determinado momento, Eila disse que a sua única motivação para a produção artística era que as pessoas gostassem da obra a ponto de comprá-la. "Você não tem uma satisfação artística quando faz o trabalho?", Jô a questionou. "Besteira", rebateu ela.

Willem lembra que a participação de Eila foi uma indicação sua, pois a artista era conhecida da sua avó. "Jô mostrou ali como ele sabia brincar com a situação. Ela [Eila] falava algumas coisas que outra pessoa poderia facilmente ficar desconcertada, e ele não. Ele tirou de letra. A plateia adorou aquilo, e ela voltou algumas outras vezes ao programa", afirma.

Atrás das câmeras, o diretor acrescenta que Jô também era muito bem-humorado. "E o bom humor dele contaminava a equipe toda."

TERCEIRO SINAL

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) compareceu à estreia da peça "São Paulo", estrelada pela atriz Regina Braga, no teatro Itália Bandeirantes, em São Paulo, na semana passada. O espetáculo tem direção de Isabel Teixeira. Os jornalistas Sandra Annenberg e Ernesto Paglia estiveram lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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