Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Eleições 2022

PT muda estratégia e passará a atacar Bolsonaro em programas de TV

Ideia é frear a curva que mostra que a rejeição do presidente vem caindo entre os eleitores na esteira da melhora da percepção na economia

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A campanha do ex-presidente Lula (PT) passará a atacar Jair Bolsonaro (PL) na televisão.

Apesar da estabilidade mostrada nas pesquisas eleitorais, que mantêm Lula à frente por larga vantagem de votos sobre o atual presidente (43% a 35%, segundo pesquisa Ipespe divulgada nesta quarta, 31), índices ligados à melhora da avaliação do governo e da economia acenderam o sinal de alerta na campanha do petista.

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Montagem do ex-presidente Lula (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), durante o primeiro debate dos candidatos à Presidência, organizado em parceria com Folha, UOL e TVs Bandeirantes e Cultura - Marlene Bergamo/Folhapress

A explicação é simples: mais satisfeitos com a economia, uma parcela maior de eleitores que hoje rejeita Bolsonaro poderia reconsiderar, até o dia da eleição (2 de outubro), a decisão de afastá-lo do poder.

O rechaço a Bolsonaro já vinha cedendo paulatinamente, mas ganhou fôlego neste mês.

Em junho, 59% diziam que não votariam nele "de jeito nenhum", segundo o Ipespe. Em julho, 58% responderam da mesma forma. Neste mês, a rejeição já baixou para 55%.

Há três meses, 50% consideravam o governo do presidente ruim ou péssimo, índice que caiu para 49% em julho e para 46% na pesquisa divulgada nesta quarta.

Já o índice dos que consideram o governo "bom ou ótimo" passou de 31% para 32% no mês passado, e agora subiu três pontos, ficando em 35%.

A desaprovação do governo, por sua vez, caiu de 60% em junho para 57% neste mês, e a aprovação subiu de 35% para 39%.

A melhora vinha sendo lenta, e ainda não se reverteu em aumento significativo do percentual geral de votos em Bolsonaro. Mas a aceleração dos índices positivos na percepção da situação econômica passou a preocupar o PT.

A ordem agora é aumentar o tom para que a rejeição a Bolsonaro não caia a níveis que permitam uma virada na eleição.

Há uma avaliação também de que os bolsonaristas não vêm poupando munição nos ataques a Lula. As redes sociais de parlamentares e dos filhos do presidente têm disseminado dezenas de vídeos com ataques ao petista, associando-o à corrupção.

O governo abriu um saco de "bondades" em plena corrida eleitoral. Aumentou o valor do Auxílio Brasil para R$ 600 e começou a pagar benefícios também para taxistas e caminhoneiros. O preço dos combustíveis, que afeta mais diretamente a classe média, caiu.

O próprio Lula já de sinais de uma mudança na estratégia ao atacar Bolsonaro em entrevista concedida nesta quarta à rádio Clube, de Belém (PA).

Ao ser questionado sobre corrupção, ele afirmou que o país tem "um presidente que sequer exigiu a investigação do [Fabrício] Queiroz, que sequer exigiu a investigação de seus filhos, que sequer investigou as denúncias contra [o ex-ministro Eduardo] Pazuello. Nós temos um presidente que não apenas coloca a sujeira embaixo do tapete como transforma em sigilo de 100 anos tudo e qualquer denúncia contra eles".

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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