Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Folhajus

Estudantes de Direito defendem inocência de Lula e dão 'aula' jurídica em vídeo

Alunos afirmam que ex-presidente foi vítima de perseguição política

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Estudantes de direito vão lançar um vídeo, nesta segunda (24), em que afirmam que o ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é inocente e foi vítima de perseguição política pela Operação Lava Jato.

A iniciativa é coordenada pela Federação Nacional dos Estudantes de Direito (Fened) e conta com representantes de 27 faculdades de todos os estados brasileiros, como UnB (Universidade de Brasília), USP Ribeirão Preto (Universidade de São Paulo), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Os estudantes decidiram, de forma unânime, pelo apoio à eleição de Lula e a divulgação do vídeo manifesto em plenária, que ocorreu no último dia 14. "A prisão do Lula foi arbitrária, fruto de uma guerra jurídica. E é responsabilidade nossa, estudantes de direito e futuro juristas do país, discutir esse assunto junto a sociedade sobretudo neste momento, esclarecendo que 'descondenado' não existe. E vamos além: Lula é inocente e foi injustiçado", afirma Hadassa Freire, presidente do Fened.

No vídeo, os alunos afirmam que os agentes da Operação Lava Jato tinham o petista como "inimigo e queriam usar sua prisão para se alavancarem politicamente". Dizem também que a soberania popular foi desrespeitada nas eleições de 2018 com a "prisão ilegal" de Lula.

O manifesto lembra ainda que o ex-juiz Sergio Moro e sua mulher, Rosângela Moro, além do ex-procurador da força-tarefa Deltan Dallagnol foram eleitos no atual pleito "usando a Lava Jato como trunfo eleitoral". Moro se elegeu senador pelo Paraná, Rosângela conquistou uma vaga como deputada federal por São Paulo, e Deltan se tornou deputado federal pelo Paraná.

"A contradição é clara. Uma operação paga com dinheiro público com objetivo de investigar diferentes tipos de desvio de recursos públicos para fins particulares, tornou-se ela mesma instrumento para promoção de objetivos particulares: a eleição de ex-funcionários públicos e seus parentes", diz o texto.

Os estudantes finalizam o vídeo dizendo que Moro é culpado por violar a Constituição.

Leia a íntegra do manifesto dos estudantes:

"Lula não é só inocente, foi injustiçado!

Vítima de uma farsa para incriminá-lo, em nome do combate à corrupção, de fato presente no Brasil, fruto de um país desigual que Lula dedicou a vida a combater. Foi condenado em uma operação promovida por agentes de instituições do Estado: a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal. Servidores públicos financiados com dinheiro de todos os brasileiros. Utilizando seus cargos para fins privados e projetos de poder.

Nenhuma destas instituições tem competência para fazer política. Seu papel é jurídico, não político partidário.

Defender o judiciário como poder imparcial para resolver os conflitos sociais também é uma posição política: democrática, a única válida para servidores deste poder. Mas os agentes da Lava Jato não foram democráticos. Tinham Lula como inimigo e queriam usar sua prisão para se alavancarem politicamente. E, através de delações premiadas forjadas o prenderam, impedindo sua participação na eleição de 2018. Fato este que definiu o processo eleitoral daquele ano.

Desrespeitou a soberania popular, o poder de o povo decidir livremente seu destino —tão arduamente conquistado— através de uma prisão ilegal. Depois, Sérgio Moro virou Ministro da Justiça do governo que ajudou a eleger. Agora, elegeu-se Senador, elegeu sua esposa, Rosângela Moro, e seu parceiro, mesmo sendo procurador, advogado de acusação da operação, Deltan Dallagnol para a Câmara dos Deputados.
Todos promoveram suas candidaturas usando a Lava Jato como trunfo eleitoral.

A contradição é clara. Uma operação paga com dinheiro público com objetivo de investigar diferentes tipos de desvio de recursos públicos para fins particulares, tornou-se ela mesma instrumento para promoção de objetivos particulares: a eleição de ex-funcionários públicos e seus parentes.

Não podemos deixar que uma quadrilha de servidores públicos do Poder Judiciário, pagos com nosso dinheiro, para cuidar dos bens jurídicos da nação, usem seus cargos para fazer política e perseguir seus oponentes. Em defesa do estado de direito, do devido processo legal e da democracia, consequentemente, de Lula, vítima de um processo injusto de perseguição política, que viola a ideia de democracia.

Sérgio Moro é culpado por violar a Constituição, usar verbas e prerrogativas públicas para fazer campanha política. Interromper o processo de desenvolvimento social do país, destruir, neste desespero por poder, as empresas nacionais do setor energético, de infraestrutura e engenharia, acabando com empregos e a segurança jurídica do ambiente de negócios brasileiro. Enfim, atacando os direitos humanos e as liberdades públicas e democráticas no país.

Lula é inocente e foi injustiçado! Sérgio Moro não!"


À MESA

O ex-governador e candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), participou de um encontro com empresários, banqueiros e advogados na noite de domingo (23), na região dos Jardins, em São Paulo. A diretora-presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, e a presidente do Standard Bank Brasil, Natália Dias, estiveram lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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