A empresária Eliane Dias diz que teve "um piripaque" quando soube que Glória Maria havia topado participar do podcast Mano a Mano, apresentado pelo seu marido, o rapper Mano Brown.
"Ela foi a minha referência de mulher negra, forte, empoderada. Eu sentava à frente da TV para assisti-la na minha adolescência porque ela era a única [mulher negra], não tinha outra", lembra. "Ela abriu caminhos e me inspirou a estudar. Ela representava liberdade, empoderamento, resistência, beleza."
A admiração é tamanha que Eliane Dias fez questão de acompanhar a gravação do programa pessoalmente. "[Quando Glória Maria chegou] eu falei: ‘Que privilégio poder te ouvir’. Ela foi maravilhosa e me respondeu: ‘Eu me arrumei toda, escolhi essa roupa a dedo para ver o seu marido’", recorda a empresária, entre risos.
O episódio gerou enorme repercussão quando foi lançado, em dezembro de 2021. Eliane atribui isso ao "tamanho de mulher que ela [Glória] era. Falava de autonomia, de liberdade. E também pelo fato de ser reservada e se propor a conversar com o Brown".
Em uma conversa com o marido nesta quinta (2), após o anúncio da morte da jornalista, Eliane ouviu de Mano Brown que Glória foi reconhecida tardiamente. "Aquilo me surpreendeu e [ele disse] que gostaria que ela tivesse sido reconhecida antes."
A gravação do podcast não foi o primeiro encontro das duas. "Eu a conheci na casa da [atriz] Regina Casé, mas não tínhamos intimidade. Tinha uma admiração tão grande que eu preferiria ficar olhando do que interromper a Glória para qualquer coisa que fosse", narra a empresária.
Eliane Dias diz que também sempre teve empatia pela jornalista. "Nunca a julguei por nenhum tipo de posicionamento que teve porque entendia que, estando onde estava, ela tinha que ser radical e, às vezes, silenciosa, e, às vezes, gritar sozinha."
NO TOPO
A procuradora Lilian Azevedo tomou posse como presidente da Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM), na quarta-feira (1º), no auditório do Conselho Federal da OAB, em Brasília. Ela é a primeira mulher negra a assumir o posto na história da entidade. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, prestigiaram a cerimônia.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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