O Ministério da Saúde anunciou na tarde desta terça-feira (28) que a Covid-19 já fez 700 mil vítimas no Brasil. A informação foi antecipada pela coluna.
De acordo com boletim publicado anteriormente pela pasta, o país registrava 699.917 mortes causadas pelo novo coronavírus até o dia 21 deste mês.
A marca de 700 mil é alcançada três anos após o primeiro óbito por Covid-19 ser registrado no país.
Ministra da Saúde, Nísia Trindade diz lamentar o fato de que o país seja o quinto do mundo em número de mortes. E afirma, sem mencionar a gestão de Jair Bolsonaro (PL), que não se pode "esquecer" o que ocorreu no Brasil durante os momentos mais agudos da crise sanitária.
"Claro que, no mundo todo, houve dificuldade nos momentos iniciais, mas nada justifica que um país que é o 7º no mundo em termos de tamanho da população, tenha sido o segundo em número de mortes. Nada justifica isso", afirma Trindade, em nota enviada à coluna.
"Não podemos esquecer. E essa lembrança tem que nos alimentar na reparação da dor, porque precisamos fazer isso, mas, ao mesmo tempo, na união pelo futuro. Estamos unidos hoje pela vacinação, a vacina salva vidas", diz ainda.
A primeira morte oficialmente registrada por Covid-19 no Brasil ocorreu em 12 de março de 2020. Era a paulistana Rosana Urbano, que morreu um dia após ser internada em um hospital municipal da zona leste de São Paulo.
A informação do óbito, porém, só foi confirmada oficialmente no fim de junho, em um retrato do caminho tortuoso dos primeiros meses de pandemia, no Brasil e no mundo.
De início, o primeiro óbito oficial era datado de 16 de março —Manoel Freitas Pereira Filho, 62, diabético e hipertenso, internado no Hospital Sancta Maggiore Paraíso (zona sul de São Paulo).
Naquele momento, o país tinha pouco mais de 300 casos, segundo dados históricos do consórcio de veículos de imprensa que seria formado por Folha, UOL, O Globo, Estadão, Extra e G1 três meses depois. No mundo, eram pouco mais de 185 mil infectados e 7.000 mortes até então.
Mesmo a data das primeiras infecções no país viraram alvo de dúvidas. Enquanto o Sars-CoV-2 já circulava por diversos países e era objeto de atenção de autoridades de saúde desde janeiro, oficialmente, o primeiro caso brasileiro data de 25 de fevereiro: um homem, atendido no Hospital Israelita Albert Einstein, que tinha voltado da Itália —país que enfrentava uma situação crítica da doença.
O paciente continua anônimo até hoje.
Pesquisa posterior da Fiocruz com base em dados de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave, causada pela Covid e por outras doenças respiratórias) apontou, contudo, que o vírus já circulava em pessoas no país no início de fevereiro de 2020, no período de Carnaval.
O mês de abril de 2021 foi o mais letal da pandemia no Brasil, com 82.401 mortos. Até então, março de 2021 detinha o recorde de mortes, com 66.868 óbitos. Houve, portanto, um salto de mortes de 23%, índice que evidencia gravidade da situação vivida no país naquele momento.
com CLEO GUIMARÃES (interina), BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.