O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e seu secretário de Segurança, Guilherme Derrite, ignoraram um convite do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) para participar de uma audiência nesta sexta-feira (1º) sobre a Operação Escudo, no litoral paulista.
Na semana passada, Derrite já tinha desmarcado duas reuniões que teria com o colegiado. O conselho está vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, pasta comandada por Silvio de Almeida no governo Lula. Na ocasião, membros do grupo disseram "lamentar profundamente os obstáculos" colocados pela gestão Tarcísio para um diálogo sobre a violência policial.
Diante do cancelamento, o Conselho enviou um ofício convidando o chefe da pasta e o governador para participarem da audiência. À coluna, o presidente do CNDH, André Carneiro, diz que nem sequer recebeu resposta de Tarcísio ou Derrite.
Estão previstas participações de representantes do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e da Ouvidoria das Polícias.
O CNDH divulgou um relatório nesta sexta em que aponta aponta "graves graves excessos no uso da força e execuções sumárias com disparo de armas de fogo" e pede que o Governo de SP encerre a operação, que já dura 35 dias.
Além disso, o documento traz relatos de moradores de comunidades do Guarujá e de Santos de violações de direitos humanos. Há casos de invasões de casa e de um um homem que teria sido morto enquanto dormia.
O número de pessoas mortas pela Polícia Militar na Baixada Santista subiu para 24 nesta semana. Tarcísio e Derrite negam as acusações de abusos.
O relatório foi feito a partir de uma visita do conselho à Baixada Santista para acompanhar as denúncias. Segundo Carneiro, moradores seguem relatando casos de violação de direitos humanos por parte dos agentes de segurança.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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