Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Governo tenta retirar brasileiros de Gaza de carro pelo Egito

Diplomatas iniciaram negociação para que cidadãos viajem até nação árabe e escapem da guerra

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O governo Lula estabeleceu conversas com o Egito para tentar retirar os brasileiros que vivem na Faixa de Gaza e que pretendem retornar ao Brasil.

A região faz fronteira com o país árabe. A ideia é que os brasileiros viajem de carro até uma das cidades da nação vizinha, e de lá possam retornar ao Brasil.

Os diplomatas estabeleceram diálogo também com organizações que mantêm o controle do território palestino para que não sejam colocados empecilhos à retirada.

Destruição na Cidade de Gaza, em Gaza, causada por foguetes israelenses - Mahmud Hams - 8.out.23/AFP

O governo tem pressa, pois prevê que Israel invadirá Gaza em breve, num confronto que resultará em milhares de mortes do lado palestino. Além disso, o Estado judeu anunciou um "cerco total" para suprimir comida, água e gás do território, e há relatos de que os hospitais já estão à beira de um colapso.

Há 6.000 brasileiros em toda a Palestina, de acordo com o Itamaraty. Ainda não se sabe com precisão quantos deles estão em Gaza, e quais vão querer sair do local.

Isso porque vários deles têm outras nacionalidades, vivem lá há muitos anos e têm familiares que não pretendem abandonar.

As tratativas estão sendo conduzidas pelo escritório de representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia.

A viagem pelo Egito é única alternativa que existe, já que a saída por Israel está bloqueada.

Por causa disso, os brasileiros de Gaza estão impedidos de chegar ao aeroporto de Tel Aviv, para onde o Ministério da Defesa e o das Relações Exteriores enviarão seis aviões para repatriar os cidadãos nacionais que estão em Israel. As primeiras aeronaves já decolaram do Brasil.

Gaza, por outro lado, não recebe voos: o aeroporto da região encerrou atividades por imposição de Israel, que o bombardeou em 2002.

No sábado (7), o Hamas, grupo extremista islâmico que governa a Faixa de Gaza, lançou a maior ofensiva em anos contra Israel. Em resposta, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou guerra.

O ataque surpresa lançou mais de 5.000 foguetes e incluiu o sequestro de civis e militares, além de massacres indiscriminados.

Desde sábado, mais de 1.200 pessoas morreram —700 em solo israelita e mais de 560 na Faixa de Gaza. Há ainda cerca de 100 pessoas capturadas por combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica, entre militares e civis.

Nesta segunda-feira (9), ao anunciar o cerco total à Faixa de Gaza, Israel disse ter retomado o controle de comunidades no sul do país que haviam sido invadidas pelo Hamas.

O pano de fundo das hostilidades é a degradação da relação entre Israel e a Palestina nos últimos meses. A Cisjordânia voltou a entrar numa espiral de violência no início do ano, com incursões israelenses promovidas por parte da coalizão de ultradireita que sustenta o governo de Netanyahu e agressões por parte de militantes palestinos.

Antes de a guerra estourar, pelo menos 243 palestinos e 32 israelenses morreram desde o início do ano em eventos relacionados ao conflito, de acordo com uma contagem da agência de notícias AFP.

O ataque do Hamas foi condenado por diversos países ocidentais, e a União Europeia convocou uma reunião de emergência de ministros dos Negócios Estrangeiros para terça-feira (10). Os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, começaram a enviar ajuda militar no domingo (8) e a direcionar porta-aviões para o Mediterrâneo.

Já a China condenou qualquer ação que prejudique civis e pediu um cessar-fogo, posicionamento parecido com o da Rússia e o da Liga Árabe, que rejeita a violência "de ambos os lados". O Irã, que mantém relações estreitas com o Hamas e foi um dos primeiros países a aplaudir a ofensiva do grupo islâmico, rejeitou acusações de que teve papel na operação.


PROSA

O advogado e presidente do IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), Renato Stanziola Vieira, recebeu convidados para o lançamento de seu primeiro livro de contos, "Canto Escuro" (editora Patuá). O evento foi realizado na livraria Patuscada, na capital paulista, na semana passada. A professora de direito tributário da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo Maria Leonor Leite Vieira esteve lá. O advogado Andre Kehdi, sócio de Vieira, também compareceu.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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